MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

quarta-feira, 18 de abril de 2012


 

A opinião de Manuel Peralta Godinho e Cunha sobre a corrida dos "Palhas" no Campo Pequeno


Tem actualmente a tauromaquia em Portugal e no forcado amador um dos principais suportes, sendo provavelmente a pega o grande atractivo do público nas praças de toiros.
Tempos houve em que o toureio a cavalo terá sido o grande motivo de encanto da aficion com Simão da Veiga / João Núncio; Mestre Batista / José João Zoio, nomes suficientes para colocar a placa de “Não há bilhetes”.
No toureio a pé – e não apeado, como alguns o chamam – é de elementar justiça não esquecer a dupla Diamantino Vizeu / Manuel dos Santos, que provocavam enormes filas para a compra de bilhetes uns dias antes das datas das corridas.
Claro que nesses tempos também havia o interesse do público no grupo de forcados anunciado, mas com o decorrer dos tempos passou a haver uma maior motivação pela pega e hoje são várias centenas de jovens que já vestiram a jaqueta e gostam de assistir à corrida à portuguesa.
É assim em variadíssimas praças de toiros do país e muito no Campo Pequeno.
A última corrida, de inauguração da temporada em Lisboa, teve a vantagem de ser transmitida pela RTP e portanto a possibilidade de milhões de espectadores terem visto a importante apresentação de um curro de toiros da afamadíssima ganadaria Palha para os cavaleiros João Moura, Luís Rouxinol e Rui Fernandes. Toiros que cumpriram e bem, com excepção do 4º da ordem.
Grande a expectativa do público para ver os Forcados Amadores de Santarém e de Lisboa, grupos que no antanho não actuavam juntos e que na noite de 12 de Abril de 2012 estiveram valorosos frente aos duríssimos e imponentes toiros da ganadaria Palha
Foi interessante a corrida com imagens que ficarão certamente na memória de muitos espectadores, tais como as daqueles forcados de Santarém e de Lisboa que se colocaram em frente dos Palhas e à tauromaquia portuguesa deram mais um contributo do que é a arte de pegar toiros.
Os toiros não se devem pegar todos de caras de igual forma e é certamente um motivo de conforto para qualquer cabo de um grupo ter um forcado como João Vasco Lucas que resolveu e bem a situação que se apresentou aos Amadores de Lisboa quando o toiro que encerrou praça derrotou violentamente Pedro Gil na sua 2ª. valorosa tentativa.
Pelos assobios que se fizeram ouvir na Monumental do Campo Pequeno, nem todo o público entendeu que, numa situação assim, o forcado que vai emendar um companheiro, já na 3ª. tentativa do grupo e perante um toiro com muitíssimo poder, deve não complicar mas sim resolver com eficiência. Por isso, João Vasco Lucas não deu vantagem ao toiro abreviando o cite.
Se, por absurdo, a emenda fosse tentada em mais algumas demoradas tentativas e mesmo assim consumada a pega, dir-se-ia que o forcado foi eficaz. Assim, direi que foi eficiente.
E há diferença entre eficácia e eficiência. A eficiência é mais inteligente.
Um olé, para a eficiência de João Vasco Lucas!