Por Manuel Peralta Godinho e Cunha
Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2012 22:45
Jantar da Tertúlia Tauromáquica Eborense - Dezembro de 2012
“O cavalo tem que sentir o toureio” frase de João Branco Núncio, Mestre de Mestres cavaleiros, toureiro de eleição que durante dezenas de anos deliciou o público com o seu toureio de verdade, de rigor, de arte, que conseguiu manter sempre os aficionados de Portugal e Espanha interessados nas suas actuações e também transpor para o toureio a cavalo o conceito do toureio a pé, como alguns destacados comentadores taurinos o reconheceram, como foi o caso de D. Bernardo Mesquitela - quase desinteressado no toureio à portuguesa e completamente apaixonado pela tauromaquia ao uso de Espanha - mas que se rendeu ao toureio equestre do ”Califa de Alcácer”, como ele próprio o denominava; mas também de José Tello Barradas, nuncista de todas as gerações e que destacava sempre nas suas intervenções taurinas, a importância de Juan Belmonte para a Arte de Montes, como a de João Branco Núncio para a Arte de Marialva.
Também alguns dos cavalos célebres do Mestre, como o Pincelim, o Ribatejo, o Temporal, o Quo Vadis e o Sultão, com fotografias a documentar, foram referidos num belo texto de João Barahona Núncio sobre a vida tauromáquica de seu Pai, lido pelo próprio e escutado por todos com enorme atenção, no final do jantar mensal da Tertúlia Tauromáquica Eborense que se realizou na noite de 3 de Dezembro de 2012 na Pousada dos Lóios em Évora.
Évora, como foi recordado por alguns dos presentes nas suas intervenções, por ter sido uma cidade de especial importância na vida de João Branco Núncio, onde na sua Praça de Toiros se apresentou pela primeira vez ao público em 1914 e também 50 anos depois, em 20 de Setembro de 1964, na mesma arena se homenageou o Mestre, com a presença dos cavaleiros Manuel Conde, Pedro Louceiro, José Maldonado Cortes, José Barahona Núncio, José Samuel Lupi e Luís Miguel da Veiga, numa tarde de chuva mas com a Praça cheia, com 7 toiros que foram pegados pelos Amadores de Évora, comandados por João Nunes Patinhas e onde o Mestre dos Mestres não quis abrir Praça mas sim ser o último cavaleiro a actuar, numa lide com os aplausos constantes do público e que no final deu a merecida volta de agradecimento, acompanhado por João Bonneville Franco que à primeira tentativa pegou o sétimo toiro de um difícil curro dos Herdeiros de D. Diogo Passanha.