Só conhecia o Francisco de vista, suponho que nunca falei com ele, mas dado o sentimento com que tantos amigos comuns - jovens de qualidade - se referiram ao seu passamento, é fácil perceber que se tratava igualmente de um homem de qualidade ( passaros da mesma pena voam juntos..).
Quando tive conhecimento da noticia não me foi possivel divulgá-la, por ter uma avaria no computador, mas foi com mágoa que senti a perda de uma vida jovem ligado intimamente ao mundo do toiro e ´do cavalo.
A modalidade em que o Francisci perdeu a vida tem riscos enormes. Quem nunca assistiu a uma dessas provas, não pode imaginar a valentia que é preciso para enfrentar aqueles obstáculos.
O Curso Completo de Equitação (C.C.E.), é uma competição combinada que requer do cavaleiro experiência em todos os ramos da equitação. Exige velocidade e polivalência, tanto do cavalo como do cavaleiro.
A combinação do Ensino, Raide e Salto de obstáculos, éo resultado de um esforço de uma equipa de dois atletas, que têm sem dúvida uma grande confiança um no outro.
O ponto alto de todo o concurso é o segundo teste, a fase do endurance, que desafia a velocidade, resistência e abilidade em saltos do cavalo, mas também a coragem e o conhecimento do cavaleiro, e foi nesta fase que se deu a tragédia.
O Francisco preparava-se para os jogos OLIMPICOS.
De acordo com a Carta Olímpica, «o Olimpismo é uma filosofia de vida que exalta e combina de forma equilibrada as qualidades do corpo, da vontade e do espírito. Aliando o desporto à cultura e educação, o Olimpismo é criador de um estilo de vida fundado no prazer do esforço, no valor educativo do bom exemplo e no respeito pelos princípios éticos fundamentais universais.». Por este conceito chegamos fácilmente áquilo que o Francisco representava.
Uma das únicas coisas que nós temos certeza na vida, é a morte. Porém, mesmo assim continuamos sofrendo a cada perda que sofremos, e eu imagino a dor de familiares e amigos do Francisco...
O que vou dizer é pouco ou quase nada, mas serve para pensar. Valha-nos o facto de que o Francisco morreu a fazer o que gostava, não morreu lentamente, como quem não viaja, quem não se realiza, quem não tem amigos, quem não encontra graça e vida em si mesmo...