Comandante Alvarenga - Um Grande SENHOR:::
João Carlos Shearman de Macedo de Alvarenga (85 anos) era natural da freguesia de São João Batista, concelho de Tomar e, residia, desde há pouco tempo, na cidade de Pombal. Era filho do Coronel Carlos Kol d’Alvarenga e de Maria Luísa Shearman de Macedo de Alvarenga.
Casado com Maria Isabel Corte-Real Thadeu de Alvarenga, era pai de Miguel e Nuno da Fonseca Ferreira de Alvarenga e de de Mafalda Sofia Corte-Real Thadeu de Alvarenga Alves Mateus.
Concluiu o curso de Marinha da Escola Naval em 1953, tendo prosseguindo os seus estudos até 1971. Exerceu diversos cargos na Marinha, tais como Chefe dos Serviços de Electricidade e Comunicações do Navio-Escola “Sagres”, Ajudante de ordens dos Ministros da Marinha, Almirantes Quintanilha Mendonça Dias e Pereira Crespo, Comando-Chefe de Moçambique (Gen. Kaúlza de Arriaga), Capitão do Porto e Comandante da Defesa Marítima de Aveiro, entre muitos outros. Exerceu muitos outros cargos, entre os quais o de Presidente da Cruz Vermelha de Lisboa. No mundo tauromáquico, onde chegou a ser cavaleiro amador, pertenceu à direcção do Grupo Tauromáquico "Sector 1" e era membro da Real Tertúlia Tauromáquica D. Miguel I.
Recebeu vários louvores (individuais e colectivos) e condecorações, com destaque para o Grau de Cavaleiro da Ordem de Mérito Naval atribuído pelo Presidente da República dos E.U. do Brasil (1961), Grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1964), Grau de Oficial da Ordem Militar de Avis (1964), Medalha Militar de Serviços Distintos, grau prata (1965), Grau da Cruz de Mérito de 1ª Classe do Governo da República Federal Alemã (1965), Medalha Militar de Serviços Distintos, grau ouro (1971), Medalha Militar de Comportamento Exemplar, grau prata (1972) e Medalha de Prata de Filantropia e Caridade do Instituto de Socorro a Náufragos (1974).
Depois desta História pouco mais há a dizer deste homem, no entanto, na minha opinião, falta retratar as qualidades humanas que caracterizaram este grande SENHOR. A educação que calibra a génese de cada um, no comandante era notável, via-se e sentia-se em cada momento e em cada detalhe. Não se sentia nele nunca o azedo face a injustiças que encarou com toda a dignidade. Falava com propriedade e ouvia opiniões contrárias sobre qualquer tema, com o respeito de quem bem conhece o saber estar no mundo.
O seu conceito de amizade era do mais elevado que conheci. Nunca nos encontrámos que não viesse á baila uma celebre noite em que jntos com o Dr. Lamas de Mendonça, acabámos na esquadra da Praça da Alegria onde passámos a noite, fruto de um desaguizado com rufias quue se dirigiram desrespeitosamente ás senhoras que nos acompanhavam, sendo uma delas a Senhora sua mulher.
O Comandante João Alvarenga sabia como poucos os deveres de Cidadania. O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado então para designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava activamente nas decisões públicas. Cidadania, pressupunha, portanto, todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade.
Honrar compromissos é um acto de cidadania. Agir com sinceridade e responsabilidade são dois atributos do compromisso. De forma pessoal, ele esteve sempre presente na vida deste meu amigo, amigo que me fez aprender que não existe felicidade sem o exercício pleno da cidadania e da ética global.
Pelo o exemplo de cultura de valores e não só, escrevo do meu amigo Comandante João Alvarenga, "P'RA QUE A TERRA NÂO ESQUEÇA "...