A Realidade dos campos de Coimbra é diferente de todas as outras...
Já não é a primeira vez que um ganadero desta região é colhido, ainda há cerca de dois anos o mesmo aconteceu com o Sr. Isidro Santos Silva.
Só uma aficcion desmedida, que deve ser respeitada e admirada, leva estes homens a manterem as suas ganadarias.
A falta de espaço que não existe noutras regiões onde se criam toiros, leva a uma pequena transumância das manadas de gado bravo, das pastagens onde passam o verão, para os campos donde foi retirado o milho e o arroz para aproveitamento dos restolhos dessas searas, campos não vedados onde um pastor é imprescindível, bem como o engenho, a valentia e o conhecimento de cada rez e as suas manhas, interagindo o homem e o seu gado numa harmonia rara, que confunde sempre as gentes do mundo do toiro quando por aqui passam.
São seis os ganaderos que ainda resistem ás dificuldades da falta de espaço, numa actividade que económicamente não é compensadora, mas que é fundamental para a vitalidade da aficcion da região, pois que não há aldeia do Baixo Mondego que não inclua nas suas festas actividades de tauromaquia popular, algumas durante vários dias.
Desta vez, tocou ao meu velho amigo António dos Reis ( hoje por hoje o ganadero mais antigo da região...), tocou-lhe ser agarrado passando-lhe por cima parte da manada que voltou para trás ao atravessar uma ponte, eram pouco mais do que 7 horas da manhã. Fui informado do sucedido pelo Sr Isidro, e logo me dirigi ao hospital da Universidade de Coimbra para me inteirar do estado de saúde do meu amigo António, e por lá fiquei várias horas até lhe darem alta ás 5 da tarde.
O meu amigo António está bem, tirando os 30 pontos que levou na cabeça, a clavicula partida e uma mão muito inchada.
Tenho estado diáriamente com ele e o seu estado de espirito é óptimo. Força amigo António..