Moda é a tendência da actualidade. A palavra moda significa costume e provém do latim modus. É composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. É uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar.
"La mode ce demode, le style jamais...", disse um dia Coco Chanel.
Efectivamente, hoje está na moda ladear a cavalo, umas vezes bem, outras assim a assim, outras mal e outras mesmo muito mal, assim como está na moda beber Gin do bom, do assim assim e do mau.
Quando eu fui para a guerra, o whisky era uma bebida desconhecida de muitos soldados, como era a banana que muitos nunca tinham comido e o mar que nunca tinham visto, e mesmo alguns melicianos só conheciam o whisky de vista, dos filmes de Cowboys. Nessa altura era moda dar valor aos cavalos que estavam equilibrados e andavam bem por direito, o que hoje não se verifica na maioria dos casos porque a moda levou á obrigação de andar de lado..
Há 3 ou quatro anos apareceu o GIN, que dantes se bebia pouco e só com água tónica, que substituiu o whisky, e que se bebe com tudo e a todas as horas, passando de ser moda a ser quase obrigatório, para não fazer figura de parolo.
A força das modas é enorme e começa a assustar-me quando penso que quando era novo era feio ser homosexual, mais tarde passou a ser natural, hoje é fino ter essa opção, e por este andar, não sei se um dia não passa a ser obrigatório.
Eu sei que o momento que se vive não é o melhor, mas a moda de dedicar todo o tempo do mundo a protestar contra politícos, militares, funcionários públicos, banqueiros e policia, ajuda o tempo a passar. Há pessoas que vivem tensamente enquistadas na moda da revolta contra tudo e todos, e que se alimentam de maus presságios não coseguindo por isso ser felizes.
A nossa história é recheada de crises que há época foram modas. Foi a perda de castelos para os mouros, foi o fim da primeira dinastia, foi a contestada opção pelos descobrimentos, foram os gastos sumptuosos com o dinheiro da India e do Brasil, foram os Filipes, foram as lutas entre liberais e absolutistas, foi a queda da monarquia, foi a primeira a segunda e todas as Républicas, foi o estado Novo, foi o 25A, foi o 28 de setembro, foi o 25 de Novembro, no fundo, foi Portugal na sua essência. Agora é moda, os velhos do Restelo serem substituídos por velhos das pastelarias e do " face", que vivem amargurados sem um único pensamento positivo e sem se lembrarem de rezar um acto de contrição, pelo contributo que deram para a crise; sim porque todos temos a nossa parte nela...
No mundo do toiro afina-se pelo mesmo diapasão. è moda dizer que os toureiros não toureiam com verdade, as empresas não sabem montar espectáculos, os ganaderos criam toiros demasiado suaves, há grupos de forcados e sites e blogues a mais, a imprensa é uma merda, os aficionados são ignorantes, e tudo isto, dito muitas vezes de catedra por qualquer manhoso (a), ignorantes sem eira nem beira de conhecimento de tauromaquia, e muito menos de história.
A "Festa" é o que é, e tem as suas modas, mas como qualquer arte vai evoluir naturalmente. É bom não esquecer a propósito da "Festa" que D. Maria quis acabar com as corridas e não foi capaz, tendo todo poder. As tradições não acabam por decreto......
Para não vivermos atormentados com quaisquer que sejam as modas, temos que compor no dia a dia, uma forma estética de existência ou então sonhar.
Eu nos meus ataques de loucura desejo o mesmo que o Woody Allen descreve neste trecho que se segue:
Na minha próxima vida,
quero viver de trás para a frente. Começar morto, para despachar logo o
assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia
que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber
a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no
primeiro dia. Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até
ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser
bastante promíscuo. E depois, estar pronto para o secundário e para o primário,
antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades.
Aí torno-me um bébé inocente até nascer. Por fim, passo nove meses
flutuando num “spa” de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à
disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois – “Voilá!” –
desapareço num orgasmo …”