Os Porcos
O nome destes bichos provém do latim “porcus” e do grego “porkos” o que nos faz pensar estarem os romanos e gregos muito próximos em porcarias e não ter havido no nosso país, outra hipótese para estes animais senão chamarem-se porcos, pese embora as tentativas de os denominarem por cevados, suínos, ruços, marranos, bácoros e tós.
Os
porcos são originários do oriente donde vieram igualmente as pulgas e os
piolhos trazidos pelos comerciantes e missionários cristãos, de Bombaim e da Costa
do Malabar. Hoje em dia os porcos mais famosos são os Americanos, sendo
exportados para quase todo o mundo até mesmo para países onde a carne de porco
não é muito apreciada como o Iraque e o Afganistão.
Em
Portugal a população porcina está reduzida aos que comem em pias de poder (não
confundir com : “do poder”), sejam elas de que tipo forem mas sempre em
circuito fechado, e os outros que comem á mão as sobras que lhe dão, que agradecem
com grunhidos engraçados.
Os
porcos são uns bichos giros, e digo isto sem olhar a cunhas e sem estar pegado
com ninguém, achando mesmo o porco um animal apessoado mas não muito limpo, por
isso tornou-se vulgar cada qual pôr-lhe os nomes de inimigos, tal como Salazar,
Hitler, Bissaia, Pinto da Costa, Bruno Miguel, Catalão, Cunhal, Sócrates,
Cavaco, Alegre, Associação, Xico…
Os
porcos não dão a cara tendo tendência a esconderem-se, e é aí reside a minha
embirração com estes animais.
Os
porcos só dão a mão se lhe mostrarmos um cesto de milho, umas folhas de couve
ou um punhado de ração, e nesse caso não se escondem nem fogem, seguem atrás de
quem os beneficiou e grunhem…
Os
seus grunhidos até têm graça, mas perdem-na pela substância pícara.
Com
tudo isto, afirmo hoje e agora que mesmo assim gosto de porcos, que além de
fazerem muita merda que serve para enriquecer as terras, deixam-se comer desde
a unha á ponta do focinho; mas chamo a atenção para os tomates que podem surgir
anunciados traiçoeiramente em restaurantes como “brincos de princesa” ou
“sonhos de freira” , para iludir alguns...
A
natureza marcou-os com uma pila fina e de formato sacarolhas, ridícula, que
terá porventura reflexos no feitio retorcido de alguns exemplares, próprio de
complexados.
Os
problemas dos porcos são o não dar a cara senão depois de mortos, e mesmo
assim, não a dão inteira, aparece sempre retalhada em faceira, orelheira e
beiça, havendo ainda a destacar a forma
como mordem pela calada, distinguindo-se de outros animais que de cara a cara dão a
sua dentada.
Um
porco se fosse empresário taurino, não compreenderia o verdadeiro papel da
imprensa da especialidade, e tentaria de qualquer forma sabotar quem não
dissesse Àmen ou influenciar em conformidade.
Um
porco se dirigisse qualquer tipo de organização, associação ou afins, usaria por
marretice por exemplo, o seu poder de forma indiscriminada sem olhar a
interesses globais, em função da visão limitada pelas orelhas.
Termino
afirmando que cientificamente, é difícil encontrar um animal que em diversos
aspectos comportamentais e não só, mais se pareça com os homens… todavia mais
com uns que com outros.
“Se
queres conhecer o teu corpo, abre o teu porco”. Quanto mais não seja, basta
atender a este refrão popular, para concluirmos que todos temos qualquer coisa
de porco…