MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sábado, 3 de novembro de 2018

Ontem dia de finados, fui como habitualmente aos cemitérios....

Ontem foi : Dia dos Fiéis Defuntos, Dia de Finados ou Dia dos Mortos celebrado pela Igreja católica e não só…

Resultado de imagem para meditando sobre o dia de finados
 Neste dia dos finados, deixo minha homenagem aos que já partiram, mas que seguem vivos na memória daqueles que os amam. 
Disse ST. Agostinho : "Saudade sim, tristeza não.”

Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No  século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Desde o sec XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comundidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passou a ser comemorado em 2 de novembro.

Este dia lembra-me como a realidade corpórea não deve ser encarada como algo negativo. Pelo contrário, é positivo e, por isso, deve-se ter muito respeito com os corpos dos defuntos. Dizem os católicos e bem - concordo plenamente -, que "O sepultamento digno é uma obra de misericórdia corporal, justamente porque honra os filhos do Deus universal em seus corpos.

Por tudo isto, ontem como habitualmente, fiz a minha visita habitual a quatro cemitérios, onde estão sepultadas as grandes referências da minha vida. Recolhi-me em frente ás sepulturas desses familiares e amigos por momentos, e elevei o meu pensamento até eles, como faço esporadicamente várias vezes ao ano.
Curiosamente há uns anos, pus-me a pensar que o dia de finados como era e é vivido pela sociedade, parecia-me ter tanto de folclore que roçava o paganismo, e por tal nesse ano não cumpri o ritual como o faço desde criança. Nesse  mesmo dia á noite não me senti bem comigo mesmo, e no dia seguinte dia 3, fiz o que devia ter feito na véspera, concluindo então que embora se viva o tal folclore, as pessoas estão ali porque estão imbuídas do mesmo sentimento independentemente de credos.

E se a morte é uma divisória que nos separa do mistério das coisas a que chamamos vida, termino com o desejo expresso por  Florbela Espanca num dos seus poemas mais célebres:

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...