Com a devida vénia roubámos esta crónica do face, da autoria do Sr. Coronel Carlos Matos Gomes
Pregadores apocalíticos, bebamos um chá, que acalmam. Um chazinho, uma passa... uma carícia a quem estiver a vosso lado, uma festa ao gato... uma ida à casa de banho... estejam à vontade.
Ainda não morreu nenhum nonagenário/a cardíaco/a e diabético/a com os males associados ao coronavírus, mas já os pregadores apocalíticos exigem a declaração do estado de emergência, o fecho das fronteiras, da paragem das linhas de montagem da autoeuropa, da venda de vinho a copo, e, admito, que sejam anuladas as aparições da virgem Maria em Fátima e devolvidos os milagres à procedência!
O apocalipse está a chegar! Quem não acreditar, ou não saltar, está ao serviço coronavírus! Um chazinho. Ou um rum. Gosto mais de rum. Um telefonema a um amigo ou amiga...
Releio um discurso da época do início do cristianismo, de um crítico de Paulo, o apóstolo apocalítico:
“Já tive oportunidade de contestar a evangelização que privilegia ameaças e medo nas pregações. Refiro-me a pregadores que, à falta de argumentos consistentes, preferem apelar para castigos e anúncios destruidores que acontecerão no final dos tempos. Tais pregadores seguem a lei do menor esforço: em vez de anunciar um Evangelho — uma boa notícia — e o compromisso que este traz consigo, anunciam o medo, o que pode transformar-se em “má notícia”. Ameaçam com destruições apocalípticas, em vez de incentivarem a confiança, insistem no medo da destruição.
Estes pregadores seguem o caminho mais fácil, porque é cómodo profetizar ameaças e destruição. Agem na base do “avisei; se não me quiserem ouvir, não venham reclamar depois”. Adotam a atitude de quem se coloca num patamar acima de seus ouvintes. Pessoas mais simples aceitam a pregação e, de um modo ou de outro, tornam-se dependentes do medo e do pregador. Quem questiona as suas pregações, é classificado de incrédulo e, por não acreditar no que ouve, está destinado à condenação eterna.
Os pregadores apocalíticos consideram-se donos da verdade, para eles tudo se transforma em castigo de Deus: a fome, a seca, a miséria...
Estes pregadores seguem o caminho mais fácil, porque é cómodo profetizar ameaças e destruição. Agem na base do “avisei; se não me quiserem ouvir, não venham reclamar depois”. Adotam a atitude de quem se coloca num patamar acima de seus ouvintes. Pessoas mais simples aceitam a pregação e, de um modo ou de outro, tornam-se dependentes do medo e do pregador. Quem questiona as suas pregações, é classificado de incrédulo e, por não acreditar no que ouve, está destinado à condenação eterna.
Os pregadores apocalíticos consideram-se donos da verdade, para eles tudo se transforma em castigo de Deus: a fome, a seca, a miséria...
O coronavirus pode ser um sinal... talvez seja preferível tentar percebê-lo em vez de nos metermos no poço... e um chazinho antes do cheiro a pólvora, como gostava o Kurtz do Coração das Trevas e do Apocalypse Now