Com a minha proveta idade, há coisas que nos comovem e nos toca...
Tenho a sorte de ter mitos amigos jovens, no Rugby, na forcadagem, nos toureiros e na politíca, que quando jantamos juntos me lembram com humor a hora de recolha ao VELHÁO (lar da 3ª idade) e outros mais cabróes projectam como será o meu funeral. No entanto, tu e mais uns poucos, pese embora a abismal diferença de idades que nos separa, disseste sempre presente nas minhas boas e más horas, fazendo-me lembrar que a profunda amizade e a profunda estima não são palavras vãs, neste mundo actual em que a superficialidade é transversal á sociedade.
Conheço-te desde muito novo e conheço bem a tua família, li várias vezes o livro que escreveu o SENHOR teu avô, para me refastelar de portuguesismo, bela escrita e romantismo bucólico.
Em determinada faze da minha vida, quando me faltou a companhia do TOINO, o L. Martins, o Edu, os Mustas e o Chinés, tudo fizeram para que o tempo me fosse leve. Agora sabendo que vivo só e face ao isolamento a que estamos votados, foram os mesmos mais o Pita, O Pó de Arroz, o Pit novo e o Quinteira que se lembraram de me contactar para saber se precisava de alguma coisa, embora tenha a certeza que outros me ajudariam caso fosse necessário.
Quando ontem me bateste ao portão, não imaginava o enorme avio que me trazias, ao qual não faltava os detalhes do frasco de mel prá tosse, o whisky pró gargarejo e papel higiénico que dá para limpar o cu e os beiços até aos 100 anos se lá chegar.
Zezinho, muito obrigado e recebe aquele abraço daquele velho, velho amigo que sempre te estremece bem como a todos os teus
João Cortesao