A propósito do Corona
A cultura das redes sociais é a substituição de uma cultura de experiência indirecta (que se obtém nos livros, filmes, etc.), na curiosidade e no saber, por uma ignorância atrevida e agressiva com origem nas ditas redes sociais. Uma protege-nos mais na crise, a outra agrava os factores de crise e não nos protege.
Os que vivem nas redes sociais acham que os jornais, os influentes, os políticos, lhes sonegam a verdade, lhes ocultam os factos, numa conspiração vinda do Grupo de Bilderberg, da Internacional Sionista, da Nova Ordem Mundial Maçónica, da Opus Dei, de Deus para punir a homossexualidade e a generalizada dissolução dos costumes. Seja lá do que for, é preciso encontrar em quem descarregar, já que com a mulher não dá, com os filhos também não porque esses nem dão conversa e os patrões ou chefes não lhe dão confiança...
É por estas e por outras, que a propósito do Corona e de toda a sua envolvencia, os disparates surgem em avalanches, os lugares comuns em tempestades e a petuláncia patética invade quase tudo como os tsunamis...