O SENHOR meu pai que DEUS haja, foi tudo o que está expresso em cima e muito mais.
Foi meu HERÓI, quando atirava aos pratos muito melhor que eu, quando nadava mar frio da figueira a dentro, quando eu me sentia gelado só de molhar os pés, quando com a vida agitada que tinha, sempre arranjava tempo para ler livros com prazer, enquanto eu também lia, mas com sacrifício embora tivesse todo o tempo do mundo e quando durante a gripe asiática calcorreou como médico estas aldeias das redondezas, vendo doentes de casa em casa (muitas vezes com pouquíssima ou nenhuma higiene) sem nunca ter sido atingido pelo tal virús que nos atingiu a todos em casa.
Já homenzinho, continuei a vê-lo como herói, quando contra ventos e marés da época, nunca alterou o seu pensamento ao sabor da corrente, sendo bem prejudicado por isso, facto de que nunca se lamentava. Lembro-me de quando depois de eu ter chumbado uma vez mais, encontrámos um seu colega e grande amigo, que ao saber que eu tinha perdido o ano o aconselhou a proibir-me o Rugby, os toiros e actividades politicas, ao que respondeu com a soberana inteligência com que nasceu : "Se lhe retiro isso tudo, então não faz nada…"
A tudo o que disse, acresce a forma como se solidarizou comigo em determinados momentos da minha vida, sem nunca me tentar influenciar...
Como AMIGO, nunca disfrutei com ninguém como com ele, tanto dos temas em que estávamos de acordo como daqueles em que descordávamos.
Como PROFESSOR, transmitiu-me os valores da lealdade, da amizade, da coerência e da gratidão, e se defeitos tenho, e tenho muitos, não são heranças suas...
Hoje sou pai e sou avô, e tenho pena de não ter conseguido ser tao bom pai como o foi o Senhor meu pai, mas tenho imenso orgulho nos meus filhos que são pais á imagem e semelhança do Dr António Velloso Cortesão, SENHOR meu pai...
 |
| Falta nesta foto o meu neto Jaimito... |
