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quinta-feira, 14 de maio de 2020

10º conto - Os cornos do Bruno e o aniversario do Movimento...

Bruno Miguel levou com o segundo par de cornos e a Câmara de Vila Velha festeja o 1º aniversário da fundação do Movimento Cívico… 


Certo dia pela manhã, o eng. Aurélio entra no gabinete do dr. Rui com ar preocupado e diz “grande problema. A mulher do Bruno Miguel saiu de casa, deixou os filhos e uma carta em que dizia que estava farta dele e que tinha decidido ir viver para a capital do distrito com o homem de quem gosta verdadeiramente”. Nisto, entra o Rúben que rapidamente se inteira do problema, ficando a saber que os filhos do casal ficariam em casa do eng. Aurélio, já que andavam na mesma escola dos filhos deste, tinham a mesma idade e uma óptima relação. Os três juntos tecem vários considerandos, tendo ficado decidido almoçarem juntos nesse dia em casa do eng. Aurélio, encarregando-se este de contactar o eng. Bernardo e o Larilas, além do próprio Bruno Miguel. 

Pergunte à Fá: O homem traído

Às 13 horas, lá estavam todos com ar de funeral, à medida que cada um ia chegando dava um abraço ao Bruno, acompanhado de palavras de circunstância. O eng. Bernardo disse “Bruno a vida continua”. O Dr. Rui disse “conta com a nossa amizade”. O Larilas disse “um amor não correspondido dói muito”. O Rúben reagiu com muito sentimento, mas à sua maneira simples e primitiva dizendo com as lágrimas nos olhos, “grande puta !!!” e acrescentou “ó Bruno, já é a segunda que te foge, tu fode-las bem ???”
Durante o almoço, nunca mais se falou do assunto, o dr. Rui lembrou que desse sábado a uma semana fazia um ano que tinham formado o movimento e que essa data tinha que ser assinalada. Puxou do tablet e leu o programa idealizado: 

Joaquim "Carriço" - Gaiteiros Zona Centro

1º - Às 9 horas, lançamento de foguetes e animação nas ruas com um gaiteiro; 

Acidente no Caniço: Igreja cheia de fiéis na homenagem às vítimas

2º - Às 10 h e 30 m, missa de acção de graças;

Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Colares - COLARES * Entre o ...
Mpart; música participada

3º - Às 15 horas, desfile das entidades civis da +area da cultura em frente à câmara ( nesse dia a banda estreia uma farda nova, oferta da Srª Dª Michele Joupin).
4º - A partir das 17 horas, inaugurar-se-ão a biblioteca com o nome de Biblioteca Michele Joupin, e as três ruas da zona industrial, uma com o nome de eng. Aurélio Musgueira, outra com o nome de Rúben Chicharro e outra com o nome de Bruno Miguel Prazeres do Coito.
O programa foi aprovado por aclamação, tendo o eng. Bernardo exigido que o almoço fosse oferta dele na sua adega, local onde nascera o movimento e que além disso tinha espaço suficiente para albergar toda a gente. Sugeriu ainda o eng. Bernardo que se convidasse o sr. padre e o pai do Tatonas mais a companheira, avisando desde logo que o almoço seria cozido à portuguesa à moda da Beira, que ele próprio se encarregaria de orientar. quem quisesse levar doces podia fazê-lo, mas só arroz doce, leite creme e pão de ló.
O anfitrião, dois dias antes, levantou no talho orelhas e pés de porco, aba entremeada, entrecosto e ossos de espinhaço, bem como três quilos de tripas enfarinhadas.. Quanto a enchidos, comprou chouriços de vinho e de água com pimentão, negritos, morcelas e farinheiras. No que diz respeito a carne de vaca, veio uma aba gorda inteira com costela e sem ela. Quanto aos galináceos, mandou matar um galo velho e uma galinha que andavam sempre a saltar a rede e a picar nas flores. A partir desse dia, estavam por sua conta três mulheres, tendo uma delas fama de ter manhas de cozinheira. Assim que chegaram as carnes, o eng.Bernardo mandou espalhar as de porco em alguidares, salpicou-as com água e espalhou por cima e por baixo sal marinho enquanto as tripas repousaram em vinha de alhos. A aba de vaca acompanhou os galináceos no frigorífico.
Prepararam dois fogões industriais de dois bicos cada e no dia do almoço às 7 da manhã começaram a cozer as carnes. Numa panela puseram a aba de vaca inteira e os pés de porco, noutra tudo o resto da carne de porco, noutra os galináceos e noutra os enchidos. De quando em quando trocavam as carnes de panela, mantendo as mesmas águas para enriquecer aromas. Em dois alguidares, estagiavam as couves lombardas, as cabeças de nabo, as batatas inteiras e as cenouras em quartos. Ao fim de três horas, abafaram as carnes, os enchidos demoraram muito menos tempo, juntaram as águas e esperaram pelo meio dia para pôr os legumes. As tripas foram cozidas à parte. Cortaram os enchidos e selaram-nos numa frigideira bem quente, enquanto o arroz era feito numa base de
refogado de cebola e azeite, com água das cozeduras, de modo a ficar seco e solto para ser servido em travessas devidamente adornadas com os enchidos selados e um raminho de salsa no meio. As carnes estavam em travessas separadas, bem como as hortaliças e as tripas cozidas. Havia três taças de hortelã para os apreciadores e galheteiros com azeite, vinagre e pimenta do reino. 

Receitas de Portugal: Cozido à Portuguesa
Como fazer uma tripinha de porco crocante - YouTube

Bem comidos e bem bebidos foram assistir à parada. À frente a banda com a sua farda nova, depois os bombeiros com os machados a reluzir, seguindo-se o estandarte do Desportivo Vilavelhense, o do columbófilo da Santa da Gaiola, o gaiteiro da terra, o clube de artes marciais de Vila Velha e, por fim, o recentemente criado Rancho Folclórico As Queijeiras de Vila Velha. 

Houve palmas até doer as mãos e o dr. Rui deu os parabéns ao Rúben pela organização, acrescentando “tenho pena de não estar cá o Tatonas”, ao que o Rúben respondeu "PUTA QUE PARIU O TATONAS:::