CRÓNICA DO CAMPO PEQUENO...
Como era de prever o Campo Pequeno encheu.
Os TOIROS da Ganadaria Passanha, bem apresentados, não saíram tão bem como é habitual nesta ganadaria, dentro das caracteristicas que todos conhecemos, quer se goste ou não...
A corrida fica marcada por uma Alternativa de rara dignidade de de João Maria Branco...
João Maria Branco
O jovem João Maria, apresentou-se no Campo Pequeno para triunfar arriscando. O toiro da alternativa, recebeu-o correndo-o á "portagaiola" e no segundo toiro posicionou-se para cravar á "portagaiola" o que só não conseguiu porque o astado saiu distraído. Com ambos os toiros dobrou-se sem exageros, optando mais por os correr, numa forma que mais se identifica com o toureio Português.
Nos curtos no 1º toiro, esteve muito acima da média, praticando um toureio de verdade, sem exageros nas celebrações dos bons ferros que cravou, que até se compreendia..., numa demonstração de madurez e compenetração no estatuto a que acabava de alcançar.
O seu 2º toiro foi o pior da corrida (um manso que fugia para tábuas...), mas mesmo assim o cavaleiro entendeu-o e deu-lhe a lide exigida, estando sempre por cima do toiro.
Mas o que mais me impresionou na prestação de JOÃO MARIA BRANCO foi a segurança que demonstrou em tudo o que fez, não acusando o peso da alternativa no Campo Pequeno, nem o facto de Tourear com uma das maiores figuras do toureio...
Joaquim Bastinhas
No seu 1º toiro esteve á altura das suas melhores prestações, saliento o segundo comprido que foi muito bom e com verdade da autêntica, e nas bandarilhas brilhou com um cavalo alazão que eu não conhecia, o qual apresenta um aparato raro numa passage balanceada e no piaffer, ares de escola que me fizeram lembrar outros cavalos seus em que nesse aspecto teve a ajuda de seu pai "Sebastião Tenório", eximio a sacar estes ares de escola.
O seu 2º toiro atravessava-se e criou-lhe dificuldades, mas acabou por lhe dar a volta, acabando com um par a duas mãos, muito aplaudido pelo público.
Pablo H. de Mendosa
Dentro do que nos habituou, não esteve ao seu melhor nivel. Toda a gente sabe que regressou há pouco tempo de México e que alguns cavalos não foram montados por ele durante meses, assim como outros, podem não estar numa boa forma física depois da campanha Mexicana e da viagem, mas o público que paga o seu bilhete não tem culpa disto, e embora o tenham comtemplado com bastos aplausos ( é de facto um idolo de uma grande parte da aficcion do nosso País...), o que não me impede de dizer o que penso da sua actuação de ontem.
Nos compridos esteve vulgar.
As negas do cavalo das piruetas, foram notórias, embora eu me apeteça chamar a este adorno tão em moda "PIROLETAS", porque como sabem os que estão ligados á equitação, a pirueta para ser correcta deve ser feita em 4 tempos, sendo penalizado o cavaleiros que as fizer em mais tempos ( 5,6,7 ou mais), e mais penalizadas serão se forem feitas em menos tempos (3,2 ou 1...).
As passagens em falso nos quiebros denotaram uma falta de absorção da investida do toiro no momento da reunião, deixando o rejoneador ao sabor da mecanização do cavalo nesta sorte, o que provocou os desencontros atrás citados.
Nos compridos esteve vulgar.
Esperamos de PABLO uma actuação ao seu nivel, ainda que com os toiros que sempre exige, se vier de novo a Portugal durante a temporada.
FORCADOS:
Os grupos de Évora e Alcochete, estiveram ao seu melhor nivel com toiros que não puseram problemas, com excepção do 6º que foi pegado por Pedro Fonseca á terceira tentativa com uma belissima ajuda de João Real.