Brilhante artigo sarcástico de José do Carmo Reis
HÁ GENTE MUITO RADICAL!
Imaginem vocês que tinha tudo tratado para que o “I CONGRESSO NACIONAL DO ABORTO” decorresse entre os dias 2 e 4 de Setembro no Convento de Stº Agostinho, anexo à Igreja de Stª Teresinha e, agora, o Senhor Prior não me empresta o espaço e vem dizer que aquilo não pode andar para diante. O radical!
Eu ainda tentei contra-argumentar que a presença de Marta Perninhas, sexóloga e parapsicóloga, no Convento de Stº Agostinho, anexo à Igreja de Stª Teresinha, era, por si só, garantia de sucesso, uma vez que no seu currículo conta já com onze abortos, não havendo, a menos que a menopausa lhe pregue a partida, razões para duvidar que fique por aqui. Mas o Senhor Padre recusou-se a entender que abortar a esmo é um direito inquestionável de Perninhas. O fundamentalista!
Perninhas, vinha, apenas, explicar a magia dos abortos na água, que, segundo a própria, são uma “versão melhorada dos partos na água, emocionantes, diferentes e especiais. Os abortos dentro de água proporcionam uma experiência única a quem os vivencia”. De nada me valeu, e continuei sem o Convento de Stº Agostinho, anexo à Igreja de Stª Teresinha, para a apresentação da Marta!
Voltei à carga contrapondo que mal nenhum vinha ao mundo pela actuação de cândidas e juvenis bailarinas de sevilhanas no “I CONGRESSO NACIONAL DO ABORTO”, no Convento de Stº Agostinho, anexo à Igreja de Stª Teresinha, ainda que as mesmas se façam anunciar como “LAS ABORTANTES”. Mais uma vez o Senhor Padre não compreendeu que a substituição dos leques por Nenucos arremessados ao ar é uma figura de estilo, não passando de simples e fundamental liberdade criativa das moças. Ganhei as mesmas!
A única alternativa que o Senhor Prior aceitava era se eu contratasse o Coro de Santo Amaro de Oeiras em substituição de Marta Perninhas e do Grupo “LAS ABORTANTES”. O “I CONGRESSO NACIONAL DO ABORTO”, programado para os 2 e 4 de Setembro no Convento de Stº Agostinho, anexo à Igreja de Stª Teresinha, fica assim, por culpa do Senhor Padre, anulado.
José do Carmo Reis