Resolvi escrever sobre o que penso sobre o toureio a cavalo e a sua evolução, desde o clássico ao moderno e a projecção deste no futuro...
Tirando Mestre Batista, poucos foram os que interpretaram o toureio frontal e mesmo assim só a espaços, já que basta ver filmes dessa época, para concluirmos que a maioria das vezes, para não dizer quase sempre, os cavaleiros citavam de frente mas fora da linha do toiro, quando muito ao piton de fora, executavam "Tiras" e sortes em terrenos cambiados com o que estas diferem da vulgar "sorte á meia volta",, sortes essas executadas com velocidade..
Os ditos clássicos tinham no entanto grandes qualidades, que íam das lides perfeitas com o entendimento fácil dos terrenos e das distâncias, da duração da lide, e da forma alegre e séria como citavam que predispunha o respeitável público para a execução das sortes que na maioria dos casos terminava com os ferros ao estribo. As Sortes eram rematadas e a seguir ao remate surgia a beleza do "Piaffer" e da "Passage" abrilhantados pelo temperamento dos cavalos na arena.
O toureio moderno teve como percursor Mestre Batista, que esse sim toureava de frente, introduzindo ainda a sorte ao "piton Contrário" com o que esta transportou de emocionante.
Surgem os quiebros e nestes há diferenças abismais. Uma coisa é executá-los de forma templada absorvendo a investida - que faz toda a diferença para a sorte mecanizada -, e de forma cingida e de frente para o toiro e mais ainda carregar a sorte quando a viagem é larga, outra coisa é citar fora da linha do toiro dois, três ou mais "trancos" de galope, antes do ponto onde a emoção atinge o climax.
Surgem ainda nesta época os ladeares na cara dos toiros, ora de garupa ao muro ora de cara ao muro, que juntaram beleza e acima de tudo espectacularidade ao toureio, mas quando bem executados, o que muitas vezes não acontece antes lembrando as pescadinhas de rabo na boca, e isto sucede em consequência da falta de arranjo dos cavalos.
Nesta fase do toureio moderno perdeu-se muito da componente espectáculo,
chegando a assistir a cortesias de corridas com figuras, em que nenhum
dos cavalos saía em "passage".
Passou-se também nesta fase da evolução do toureio, a dar vantagens aos toiros de praça a praça, sortes de valor extremo, no que foi percursor D. José João Zoio .
O toureio a cavalo do futuro, vai-se basear no que têm de bom as duas fases anteriores, a que se juntará uma componente de mais espectacularidade e ainda um reportório mais vasto ( Veja-se o efeito ROCA REY no toureio apeado.)...