MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

domingo, 23 de julho de 2017

Disse um dia Jozé Zuquete...

José Zuquete escreveu um dia esta crónica sempre actual...

Dizemos nós : Falou quem sabia...



"Na era do atrevimento


A propósito da sorte cambiada

É necessária uma enorme ligação para que sincronizados, cavalo e cavaleiro executem a sorte com a perfeição desejada. Daqui se depreende que só um cavaleiro que mande com as pernas, isto é, que esteja bem a cavalo, poderá tirar partido da sorte cambiada, que se torna espectacular quando é perfeitamente executada. E quando digo perfeitamente executada pressuponho a inclusão do temple e o encurvar do cavalo no movimento após provocar a mudança da trajectória do toiro. E isto tanto se pode executar num curto espaço de terreno como alongando esses mesmos terrenos. Esta sorte cambiada que obriga a ir ao piton contrário é difícil, senão veja-se o pouco número dos que a praticam actualmente na perfeição. Era a sorte de marca de José Mestre Batista, e nunca como agora é necessário cultivar essa sorte para bem da nossa festa.
É realmente bastante mais fácil executar sortes de violino e fazer uma espécie de piruetas imitando “nuestros hermanos” e por vezes fazendo uma espécie de andar de lado com a garupa perto da cara dos toiros, e tapando a saída aos cavalos com o correr das tábuas. Ora, tourear, é o que se faz com a cara do cavalo virada para o toiro, quando se atingem situações que podem provocar perigo e consequente emoção.
Sem emoção não há festa, por isso ela anda tão por baixo entre nós. Seria imprescindível que os críticos fossem didácticos, mas infelizmente e salvo algumas poucas honrosas excepções, os escribas que por aí andam não possuem conhecimentos que lhe permitam analisar com serenidade e seriedade o que vão vendo nas nossas praças. Daí restar-lhes o atrevimento...

Zé Zuquete