MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Extractos de uma belissima crónica do Dr. Ribeiro e Castro...



Com a devida vénia transcrevemos extractos de uma extraordinária crónica do Dr. Ribeiro e Castro.. 
A Disneylândia é um parque de diversões. Já a Disneylei acontece na manhã de sexta-feira, no plenário da Assembleia da República. Aí será discutido o projecto de lei do PAN para proibir as touradas.
...O pior da ideologia do projecto é a forma como distrata e ofende os que gostam de touradas ou nelas participam. O slogan do PAN, na promoção pública da iniciativa, fala por si: “Tortura não é cultura”. É preciso indignarmo-nos. A tourada não é um espectáculo de tortura.
Gostemos ou não dela, a tourada é um combate entre um indivíduo e um animal bravo que tem seis a dez vezes mais o seu peso. No modo português, o indivíduo monta a cavalo e, no final, um grupo a pé e de mãos nuas procura pegar e imobilizar o animal. Mesmo tendo a tourada momentos violentos, como é próprio dos combates, nenhum actor está ali para torturar e nenhum espectador está ali a babar-se como um sádico. Basta olhar para as pessoas e suas expressões ao longo de uma tourada para tomar consciência da enormidade caluniadora daquele insulto. O que o espectador está a apreciar é um ritual de coragem, uma lide de bravura e virilidade, um bailado de toureiro e toiro ou de cavaleiro, cavalo e toiro e o triunfo final da pega, com arte, destemor e força de braços. Quem fala em tortura insulta e calunia; e sabe que insulta e calunia. Não há demagogia, nem populismo que o possam atenuar ou desculpar.
Fantasia é a fantástica osga de Agualusa. Fantasia é o simpático touro pacifista, o Ferdinando, como todas as figuras de Disney, dos desenhos animados e das fábulas. Fantasia é fazer de conta que o touro é pessoa. Fantasia é, com base nessa fantasia, olhar as pessoas como menos que os animais, insultando-as na sua cultura e procurando esmagá-la. Fantasia é ignorar que a cultura contém, entre outros elementos, o código definidor do nosso relacionamento com os animais, conforme as suas espécies e os nossos costumes.
Por isso, o projecto do PAN é uma violência. E, em rigor, inconstitucional. Diz o artigo 78º, n.º 1: “Todos têm o direito à criação e fruição cultural, bem como o dever de preservar, defender e valorizar o património cultural.” Não passará!