Depois do aparato e da gravidade da cornada de Saragoça e das consequências da mesma, poucos acreditavam vê-lo mais alguma vez a tourear e muito menos no pincipío desta temporada.
Á medida que o tempo passava, as reacções do homem ás adversidades que lhe surgiram nalgumas etapas mais desmoralizantes da sua recuperação, foram aumentando o respeito e mais que isso a admiração pela sua vontade férrea.
Neste mundo em que vivemos, em que muitas pessoas encaram as suas desventuras recorrendo a quimícos.. ou entregando-se á desgraça, Padilla, humanamente surge como um exemplo extraordinário de coragem e determinação.
Padilla prestou á "FESTA" com a sua postura, um serviço inestimável, pela forma como encarou o futuro.
O seu toureio acaba por ser secundário perante tudo o resto, importante é hoje a mística que envolve Padilla, que arrasta multidões de gentes que querem ver um homem diferente.
Reproduzo este poema de Jorge Humberto em homenagem a Juan José Padilla:
Sou além de mim e de tudo,
porque tudo consigo.
Não há nada que impeça
o que hoje almejo,
e o futuro me o dirá.
Ser eu para ser grande:
eis a frase, que levarei vida fora.
Do passado só o que importa,
que o mais é nada.
Que o sonho seja só
uma realidade conquistada.
Viver e deixar viver: o legado.
