A solidariedade na Moita não é palavra vã
A minha paixão pela Vila da Moita é conhecida, por tudo e especialmente pelos excelentes amigos que tenho nesta terra á beira rio. De inverno passo por lá alguns dias e quando lá não vou durante algumas semanas, falta-me qualquer coisa que não sei explicar, mas que me dá uma certa sensação de vazio...
Aquela gente, os Moitenses (alguns chamam-lhe Moiteiros depreciativamente, por inveja...), são o espelho da origem desta terra, que reza a História, nasceu de um Esteiro á beira rio. Ali juntaram-se pessoas que se dedicavam a agarrar a lenha que vinha nas cheias, para depois a venderem. O trabalho de tirar grandes troncos de madeira da água era enorme, e só se conseguiam resultados, com uma plena solidariedade entre todos, traduzida em força maior e entrega mútua.
Por ser assim, a solidariedade total de todos os Moienses á volta de NUNO CARVALHO, só pode estranhar quem não conhece o pulsar daquela gente, que se pode calibrar por exemplo, na procissão da Padroeira ou no "Dia dos Fogareiros" festa única e inegualável.
A solidariedade faz parte da Moita como a hora faz parte do dia, e os Moitenses aceitam-na como artigo de fé tradicional, e não têm a coragem de a afastar, para não chocar com o peso que incomoda a personalidade de cada um, entranhada que está na origem da terra que os viu nascer, e porque o primeiro motivo por que estão dispostos a ajudar outros nas devidas ocasiões é a alta apreciação que têm de si próprios.
A sociedade Moitense de tauromaquia, o Rugby da terra, os Grupos de forcados locais que com grande nobreza puseram para trás das costas antigas rixas, o Grupo "Soledad" de Sevilhnas e o povo anónimo, juntou-se á volta do NUNO, mas nesta minha singela homenagem, quero destacar, sem menosprezar todos os outros, a acção do grupo "Soledad" que composto por jovens raparigas tem sido incansável em iniciativas e em trabalho.
Conheço-as bem, e ainda que as nossas relações estivessem em tempos passados ligeiramente afectadas por um artigo mordaz que escrevi a propósito das Sevilhanas á Portuguesa - problemasito que se resolveu de forma rápida e naturalmente-, repito conheço-as bem de dois espectáculos de que escrevi o Guião e apresentei, em que o grupo tomou parte, e aí constatei a sua entrega a causas com paixão, que neste caso era a arte da dança...
Num mundo em que a juventude vive depressa, vive voltada para si própria, em que os interesses de muitas raparigas não vão além da moda, das festas disto e daquilo, e das conversas á volta da série "Morangos", as raparigas do grupo "Soledad", são um oásis no meio de um deserto de valores.
Julgo-me Moitense por adoção, e como tal junto-me a todos os Moitenses á volta do NUNO.... FORÇA NUNO
NOTA : Formas de colaborar:
Conta bancária, venda de t-shirts e pulseiras, recolha de tampas organizada mensalmente, página do facebook "Eu acredito Nuno carvalho mata" bem como o cabaz de fiz de ano.