P'RA QUE A TERRA NÃO ESQUEÇA- Tareka Ramalho
Partiu uma SENHORA, aficionada de postim, uma artista, uma pessoa bem formada e uma excelente amiga...
Ver partir amigos, neste caso uma amiga, é sempre uma circunstância que nos abala a moral e nos põe a pensar.
A SENHORA Dª Teresa Ramalho, a minha amiga Tareka, merece que dela se escreva pelo que fez em vida e pelo exemplo de mulher multifacetada, que teve sempre subjacente á sua passagem por este mundo, uma enorme componente humanista e uma sólida formação católica.
Como aficionada viu sempre a FESTA com a maior elevação - sem facciosismos-, dando ao toiro o lugar supremo que este merece na tauromaquia.
Organizou durante vários anos um festival de luxo em Salvaterra, cujos lucros revertiam para o Movimento Nacional Feminino, arrastando consigo e com o prestigio que transportava as grandes figuras do País vizinho.
A arte de Talma, como é hoje conhecida a arte de representar, nasceu com François Joseph Talma que revolucionou esta arte, passando esta a ser mais natural. Pois era a representação natural de Tareka que saltava aos olhos de quem tinha o privilégio de a ver, como também era natural a dança que exibiu com seu filho num celebre programa de televisão, em que o dançar brotou dela como se fizesse parte da sua existência.
Há no entanto na SENHORA Dª Teresa Ramalho, muito mais que a arte para torná-la distinguida. Começando pela forma como se relacionava com toda a gente, independentemente de extractos sociais, e a forma como cuidava dos seus amigos. Destas duas formas de viver a vida, sou testemunha, no que toca ao receber e na mensagem das suas palavras nos bons e menos bons momentos,
Dizia Cícero que filosofar não é outra coisa senão preparar-se para a morte. Isso porque de certa forma o estudo e a contemplação retiram a nossa alma para fora de nós e ocupam-na longe do corpo, o que é um certo aprendizado da representação da morte; e assim, quando chega a nossa hora, toda a sabedoria e discernimento do mundo se resolvem por fim no ponto de nos ensinarem a não termos medo de morrer...
Quem viveu como a minha amiga Tareka, não teve medo de morrer, porque a sua vida foi grande, e por ser assim, deixo estas palavras simples mas sentidas P'RA QUE A TERRA NÂO ESQUEÇA...