terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Nunca é de mais declarar a minha paixão pelo Alentejo e pela poesia. Cada vez que vou ao Alentejo invade-me um misto de pureza e nostalgia e refaço-me de Portuguesismo.
Sobretudo para aqueles que como eu têm as mesmas paixões , sugiro que leiam estes 2 poemas de Miguel Torga:
Insónia Alentejana
Pátria pequena, deixa-me dormir,
Um momento que seja,
No teu leito maior, térrea planura
Onde cabe o meu corpo e o meu tormento.
Nesta larga brancura
De restolhos, de cal e solidão,
E ao lado do sereno sofrimento
Dum sobreiro a sangrar,
Pode, talvez, um pobre coração
Bater e ao mesmo tempo descansar...xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Alentejo!
Minha terra total!
Meu Portugal
Aberto,
Eternamente incerto
Nas fronteiras, no tempo e nas colheitas!
Minhas desfeitas
Praças fortificadas!
Minhas insatisfeitas
Correrias,
A contar no franzido das lavradas
As rugas tatuadas
No rosto dos meus dias...