Sou a dizer com tristeza : Morreu uma SENHORA...
Só não digo morreu uma "grande senhora", porque esta pequenina frase tem sido nos últimos tempos completamente desvirtuada, ao ponto de se titularem de grandes senhoras algumas mulheres que nem sabiam o que era ser SENHORA...
Uma SENHORA tem elevação e elegância no estar, no ser, no convívio e na forma de se apresentar, sem se fazer notar mas aliando a tudo isto o cuidado subtil de se fazer notar .
A minha amiga Teresinha alem de encarnar tudo o que acabo de dizer, tinha ainda a combinação rara da personalidade forte com a elegância.
No fado ao qual junto com João Ferreira Rosa aportou categoria nos poemas que cantou, virou a página dos poemas simplórios para a página dos poemas de qualidade, mas sempre entendíveis por toda a gente, por não terem rasgos intelectualoides nem sofisticados segundos sentidos. Por filosofia e educação achou sempre que o fado era do povo mesmo quando este subia aos salões.
Para a SENHORA Dª Teresa Tarouca, o fado era a poesia ajudada pelo sentir dos seus interpretes. Nos seus fados entendia-se tudo em profundidade, porque a força do seu sentimento chegava-nos ao coração.
Ontem postei o fado que sempre mais gostei de a ouvir cantar "O testamento" com a música do velhinho fado menor, poema escrito por essa grande Poetisa Alda Lara ( já falecida há muitos anos) de quem também fui amigo e que nunca teve o prazer de ouvir a Teresinha cantar o seu fado.
Teresinha, espero que lá no além nos voltaremos a encontrar para celebrar a amizade e para voltarmos a cantar juntos como tantas vezes aconteceu...
Com a saudade e o Respeito por essa amiga e enorme fadista diferente, deixo estas palavras "P´ra que a terra nao esqueça".
NOTA - Vale a pena ouvirem este fado " testamento"..