sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Amigo José Prates:
A nossa amizade data de há muitos anos. Lembro-me que me brindaste duas lides, uma vez quando toureamos juntos na Amadora (Praça do Trincheira) e a outra quando prestas-te prova para praticante em Samora. Ao teu filho reconheci sempre valor ás carradas e talento, desde que o vi a 1ª vez num festival na Moita, em que, se a memória não me trair, era a sua apresentação em público ou pelo menos era a 2ª aparição em Público.
Vou recuar mais longe e vou-te lembrar a amizade profunda que me unia ao teu Avô o "Velho Cebola" que deu a cara e se expôs em defesa do que não era seu, e que num dia em que os ocupantes de várias herdade se manifestavam em frente ao edifício onde eu trabalhava e sabendo que áquela hora eu estava sózinho, atravessou a multidão, foi ter comigo e disse: "Estou consigo. Tenho aqui estas duas pistolas uma para mim outra para si, se lhe vierem fazer mal, pelo menos 14 ficam estendidos".
Como o teu Avô era diferente dos porcos anónimos que não têm tomates para dar a cara...
Sou ainda amigo do teu irmão, da tua mâe e ainda mais do teu sobrinho Bernardo que connosco colabora neste blogue.
Perante tudo o que te recordo nesta carta, nunca podia fazer qualquer coisa que prejudicasse o António, como é evidente. Porém como sou e sempre fui frontal disse e repito que o "tal Movimento" não tem pés nem cabeça, e até acredito que quem teve a ideia estava cheio de boas intenções. A ideia foi má e na minha opinião até pode prejudicar a imagem do toureiro.
Tinha que te escrever, para que não restem dúvidas, e já agora lembro-te que os verdadeiros amigos são os que dizem as verdades, os outros andam ao sabor dos ventos.
Um Abraço
João Cortesâo