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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012



Hoje, é mesmo História Portuguesa...

A simpatia das gentes de Sousel, fez-me ir á procurar dum pouco da Sua história, e encontrei:




Torna-se difícil saber a origem do nome Sousel, estando fora de dúvida que a povoação onde assenta a freguesia de Sousel é muito antiga, datando dos primeiros tempos da monarquia. Mário Alberto Nunes Costa refere que a enumeração dos Reguengos de Sousel no Foral Medieval de Estremoz, constitui a referência mais antiga que se conhece do topónimo Sousel, aplicado a terras do Alentejo. Alguns autores afirmam que a povoação de Sousel foi elevada à categoria de vila a 4 de Junho de 1386. Já no reinado de D. João I (1385-1433), surge a figura de D. Nuno Álvares Pereira a quem o monarca, entre outras posses, doou a Vila de Sousel. Alguns anos mais tarde, passa a Casa de Bragança a ser donatária da Vila de Sousel, através de uma importante doação do Condestável, por carta de 4 de Abril de 1422 (confirmada por El-Rei D. Duarte, também por carta de 19 de Dezembro de 1430).
A partir dessa altura, a história de Sousel está naturalmente associada à história da Casa de Bragança. Consta que foi D. Jaime I (1479 – 1532), 4.º Duque de Bragança, quem fundou a Misericórdia de Sousel e mandou edificar a respectiva Igreja (1515), o Hospital (edifício anexo à Igreja), a Albergaria (na Rua Direita) e um Hospício. Em 1527, segundo o «Cadastro da População do Reino» (ou «Numeramento de D. João III»), tinha Sousel 457 moradores e pertencia, com todo o seu termo, ao Duque de Bragança. Entre os séculos XV e XVIII, é edificado todo o património religioso de Sousel (os primeiros templos foram a Igreja Matriz e a Igreja de Nossa Senhora da Orada), sendo o século XVIII profícuo em intervenções nos mesmos espaços ou na edificação de novos.


Para quem gostar, segue-se a Lenda de Sousel, escrita ainda em Português antigo:


«Quatro legoas ao Noroeste de Villa Viçosa, & duas ao Norte de Estremòz, ao pè de huma serra, està plãtada a Villa de Souzel, que fundou o Condestavel D. Nuno Alvares Pereira…
…o qual estando em campanha contra os Castelhanos, que havião entrado neste Reyno com poderoso exercito, se lhe oppoz com grande valor, & antes de entrar na batalha pedio a Deos o ajudasse naquella empreza, & começou a orar; & vendo os nossos que os inimigos vinhão acometendo, chamàrão pelo Conde, que estava todo entregue à oração, & arrebatado em extasi, o qual despertando disse para os seus: Ora sus a èl : frase cõmua entre elles naquele tempo.
Deo-se a batalha, conseguio-se a vitória, & em memória della edificou o Condestável a Igreja, que hoje existe nesta Villa, dedicada a N. Senhora da Orada, com hum Prior, & três Beneficiados da Ordem de Aviz, Casa de Misericórdia, Hospital, huma Ermida do Espírito Santo, & hum Convento de Frades Paulistas da invocação de Santo António. (…)»1