terça-feira, 22 de maio de 2012
Futebol, Fado, Fátima e Tauromaquia
A "taça de Portugal" (futebol) deu-me a alegria de ver a minha Académica vencer pela 2ª vez o troféu. O ambiente em Coimbra foi indescritivel, houve uma comunhão total de gerações e eu que começo a ficar avesso a noitadas, acabei por me deitar ás 4 horas da manhã. Durante a noite recordei com amigos a frustração das finais que perdemos com o Benfica e com o Setúbal e veio-me á memória o relato que o meu pai fazia da vitória em 1939 - ano em que se formou - quando fazia parte dessa equipa e fracturou o rádio e o cúbito num jogo inter faculdades num choque com um jogador da própria equipa o distinto médico DR. Pita da Silva (Madeirense), também já falecido. Dessa equipa de 39 conheci quase todos, mas especialmente o dr. Alberto Gomes de quem fui aluno, o Dr. Tibério Antunes e o meu distinto colega ( como ele me tratava a brincar) Octaviano, pessoa de invulgar dimensão moral.
Depois do 25 de Abril o futebol foi atacado, uma elite frustrada e pseudo pensante intitulava-o de "Ópio do povo" e juntava ao desporto rei, o fado e Fátima. Diziam eles que o antigo regime - a que sempre me opus - apoiava a trilologia dos 3 Fs (fado, futebol e Fátima) porque assim o povão se alienava dos problemas reais do país, conceito com o qual nunca concordei.
Passados poucos anos tudo voltou á normalidade e os politícos que fugiam de Fátima, do Fado e do Futebol, começaram a aparecer e a servir-se dos 3 Fs, sobretudo quando próximos das eleições.
A minha Académica que teve de mudar de sexo ( passou a Chamar-se Académico) voltou ao normal, o fado ganhou força e é hoje património mundial, os estádios enchem nos jogos importantes mesmo em tempo de crise, e de Fátima basta constatar as centenas de milhares de pessoas que ali vão anualmente.
Tudo isto se pode comparar á tauromaquia. Os Antis - uma minoria insignificante - investiram contra o sentir do povo, os politicos assustaram-se com o barulho ( salvo raras e honrosas excepções ) e esconderam-se - já lá vai o tempo em que se serviam dos toureiros para as suas campanhas - e hoje tudo indica que vai voltar a normalidade.
Não se pode anular a vontade popular, pela vontade de uma minoria, nem por decreto.
Portugal foi, é e será aficionado.