MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

terça-feira, 7 de abril de 2020

BOMBA - Gazeta S. Gaiola...

Inspirado pelos magníficos escritos do Dr. Joaquim António Ramos (ex-Presidente da Câmara de Azambuja) e do Dr. Francisco Manso há 70 anos atrás, vou iniciar a partir de hoje a publicação regular da história de 7 personagens fictícias ( 5 aficionados e dois antis) que têm em comum terem nascido na mesma terra - uma vila Beirã ( Vila Velha de S. Gaiola)- e terem ido juntas à inspecção militar, o que tornou essas personagens amigos para a vida. Começo já hoje pela caracterização dos sete envolvidos na história...

Rui Miguel Neves Costa, de 36 anos, licenciado em economia, casado com uma médica, proprietário de um Volvo último modelo e de um andar (4 assoalhadas), em Lisboa, é filho do Sr. Miguel Costa, dono da maior mercearia da terra e de dona Isabel Chouriça Neves. O estabelecimento do Costa é um daqueles que vendem tudo, desde arroz, massa, açúcar, panelas, bacalhau e ferramentas agrícolas até tecidos, chinelos de trança e baianas, etc...

O Dr. Rui é aficionado. Desde pequeno que não perdia uma corrida televisionada, e agora em Lisboa refinou a sua afición influenciado por colegas de trabalho, não perde uma corrida no Campo Pequeno, deslocando-se mesmo, quando a vida o permite, a Vila Franca, Moita e Alcochete e até já foi ao S. Pedro a Évora.

Inteligente e esperto, mas forreta e vaidoso.



Bernardo Afonso Joupin de A. Soromenho, de 35 anos, concluiu o curso de regentes agrícolas em Santarém, sendo hoje oficialmente engenheiro técnico agrário, vive na vila mas tem casa em Lisboa. É casado com a francesa Michele Vautrout Lebre Soromenho, pintora de profissão e amante de cavalos (dressage), desporto que já não pratica depois de 4 partos e dois abortos espontâneos, e dedica o tempo livre a obras de caridade. Este homem da terra é filho do Barão da Beira Alta, D. Bernardo Miguel A. B. N., Lebre de Soromenho, já falecido, de quem herdou o título e usa o anel de armas. O brasão é dividido em 4 quadrantes e encimado por um faisão que tem presa nas garras uma lebre.

O menino Bernardo, como é conhecido lá na terra, ocupa-se a administrar o que é seu (recebe as rendas das terras e dos quatro andares em Lisboa e três no Porto) e dedica-se durante horas e horas no computador ao estudo da heráldica e da história de Portugal.

É aficionado dos sete costados, paixão que herdou do senhor seu pai, que foi amigo íntimo da família Casimiro. Vai a todas as principais corridas do calendário taurino nacional. Em Espanha, papa a feira de Salamanca, o último fim de semana da feira de Sevilha, para não perder a miurada, e duas ou três corridas de Madrid, escolhidas cirurgicamente pelas ganadarias e alternantes.

É pouco dado ao trabalho e fanático da quase extrema-direita. Para ele, no tempo do Salazar era tudo bom...




Aurélio Gomes Avintes Musgueira, de 35 anos, engenheiro electrotécnico, é filho do farmacêutico da terra, Dr. Aurélio Musgueira, que bem queria que o filho tivesse seguido farmácia, e de Maria Albertina Roque Musgueira, ajudante de farmácia, e é casado com Ana Maria Valvintes Musgueira, advogada especializada em divórcios e heranças.

O eng. Aurélio, a bem dizer, nunca trabalhou na profissão. Beneficiando da experiência adquirida com a construção da vivenda dos pais, que seguiu a par e passo, montou, com a ajuda do pai, uma empresa de construção que tem vindo a rolar com sucesso. É esperto, perspicaz e, politicamente, navega no "centrão", entre o PS e o PSD, na base de um certo oportunismo...

Aficionadíssimo, tem um cavalo Andaluce (como ele diz) no centro hípico da sede do distrito, que visita todos os sábados e às vezes ao domingo ao mesmo tempo que dá umas escapadelas com a amante...



Bruno Miguel dos Prazeres do Coito, de 36 anos, não deu muito no estudo, mas simpático, afável e bom rapaz, tornou-se vendedor de tractores e alfaias agrícolas, tendo hoje o seu próprio stand e a representação duma marca japonesa de máquinas agrícolas e outra espanhola de alfaias.

É filho de Manuel António Festas do Coito, funcionário de balcão duma instituição bancária com agência na vila e de Amélia Alegre do Coito, educadora infantil.

É casado em segundas núpcias ( a primeira mulher pôs-lhe os cornos com um antigo namorado, ao fim de ano e meio de casados) com Anabela Costa, assistente social e militante do PS, partido pelo qual foi eleita vereadora da câmara, com o pelouro da saúde e assistência...

Aficionado Q. B.



Rúben Alfredo Simões Chicharro, de 35 anos, bom mecânico e muito trabalhador, é filho de António José Brito Chicharro, chauffeur do Presidente da Câmara que ganha mais em horas extraordinárias do que de ordenado, e de Alzira Simões, que trabalha nas limpezas da câmara.

O Rúben é casado com Maria Celeste Simões Chicharro, que trabalha com a sogra nas limpezas da câmara, dando ainda umas horas em casa do Presidente.

Doido por tudo o que meta gado bravo, vai a todas as largadas e vacadas num raio de 70 kms.
Tem um Citroen SUV. Só sabe de mecânica, mas mete-se em todas as conversas com Chavoes patetas...




Alípio José Milhariço Léu, de 35 anos, é alto, magro, estrábico, calça 45 e cheira mal dos sovacos, da boca e dos pés. É conhecido na terra por Tatonas, mas também há quem lhe chame o "Cheira Mal".

O Alípio é filho de Alípio Pardal Léu, funcionário das finanças e de Felismina Milhariço Léu, costureira. Filho único e cheio de traumas. Quando andava na escola, nunca era escolhido para nenhuma das equipas de futebol organizadas pelos miúdos, nas corridas ficava invariavelmente em último, quando chegou à puberdade a barba nasceu ridícula, ia aos bailes e as raparigas não dançavam com ele, até que, por influência de um amigo, se entregou às drogas leves. Os pais viviam desgostosos, até que um amigo do pai lhe arranjou um emprego no Ministério da Educação, em Lisboa. O pai levou-o à capital, abriu-lhe conta na CGD, arranjou-lhe quarto onde ficar a viver e prenhou-o de recomendações. Ao fim dum ano, casou pelo civil com uma colega gorda e feia (Militante do Bloco) que tinha tido em criança "bexigas doidas", ficando com a cara com aspecto de areia mijada. Mesmo com este aspecto, a mulher deixou-o e o Alipio vive hoje com dois cães.

O Alípio tem uma qualidade, é seriíssimo em questões de dinheiro..

É doentiamente antitaurino, vai a todas as manifestações e passa a vida no face a mandar bocas foleiras e agressivas contra tudo o que envolva a tauromaquia.....




Manuel José Pimenta Marques, conhecido na terra por Larilas ou então por Nelinha, tem 35 anos, é solteiro e é filho de José Limpo Marques, barbeiro de profissão e de Noélia da Conceição Marques, cabeleireira.

O Larilas trabalha com a mãe e já corta, lava cabeças e faz tratamento e penteados dos cabelos mecha a mecha, com a ajudada escova redonda e do secador eléctrico, trabalho este conhecido por " brushing".  

Na escola primária, na catequese e nos bailes estava sempre no meio das raparigas e corria aos saltinhos e dançava pouco mas quando o fazia era de forma espalhafatosa.
Tem um cão e um gato que são o seu enlevo. Não gosta de touradas e só vai ás manifestações ANTIS ao campo Pequeno porque é giro.
O larilas é invulgarmente inteligente...
A partir de agora publicarei regularmente um conto que envolverá estas personagens...