Testemunho Padre Vasco Pinto Magalhães, " Chano" prá malta do seu tempo do rugby...
Quando vi a fotografia da nossa equipa dos anos 60, as memórias saltaram da gaveta. Tive saudades e lembrei-me de cada um. Pus-me a rever os nomes, a lembrar histórias, a sentir aquela força do espirito de equipa e dos jogos jogados até ao fim. Pensei que a foto estaria mais completa se de um lado estivesse o Serafim Marques e do outro o meu pai. Naquela altura eu era o Xano, o médio de formação. Agora sou o Padre Vasco e continuo com a alegria de passar bolas que levem ao ensaio. As bolas, agora, são outras: é preciso lançar e passar aos outros a fé, a paz e os valores que vou sacando das “mêlées” desta vida.
Comecei a jogar oficialmente em 1959. Então só havia o escalão sénior. E despedi-me da equipa para sair de Lisboa e começar a minha formação para padre jesuíta no final da época de 65. Ainda guardo a bola desse último jogo contra a Agronomia! As bolas eram de coiro, mais pesadas… sobretudo quando se jogava em “campos pelados” e com chuva! Era fantástico.
Tenho agora 78 anos. O Rugby acompanhou-me sempre, como uma metáfora da vida, como escola de valores e modo de encarar a vida de frente e para a frente, solidária nos sucessos como nas dores da luta, quando se ganha e quando se perde.
Lembro-me de muito miúdo, talvez com menos de 10 anos, já ir ver os jogos e os treinos com o meu pai. Nesse tempo ele treinador do Sporting. Foi muito depois que ele teve a oportunidade de dar vida ao CDUL e levar por diante a construção do Estádio Universitário. Era um entusiasta que educava: animava e exigia.
Há umas quantas coisas básicas que aprendi no Rugby e aplico à vida. O Rugby é um jogo de ataque e um jogo de equipa. É preciso saber defender, mas não jogar à defesa. O individualismo e culto de estrelato destroem a equipa e o próprio desporto. Outras duas coisas são fundamentais e precisam de ser treinadas todos os dias: passar bola e placar. Ver sempre a quem passar, e bem… Procurar estar sempre em posição de poder receber. Placar é também uma arte: saber meter a cabeça de lado certo e tão baixo quanto possível, é um segredo de eficácia e de superação dos medos. Por fim, tal como na vida, a mentira e a violência não compensam; por mais teatro que se faça e se ganhe dinheiro com isso, arruína-se a consciência e a confiança. Último recado: aplaudir o adversário… e, quanto possível, ir tranquilo para a 3ª parte.
Tenho agora 78 anos. O Rugby acompanhou-me sempre, como uma metáfora da vida, como escola de valores e modo de encarar a vida de frente e para a frente, solidária nos sucessos como nas dores da luta, quando se ganha e quando se perde.
Lembro-me de muito miúdo, talvez com menos de 10 anos, já ir ver os jogos e os treinos com o meu pai. Nesse tempo ele treinador do Sporting. Foi muito depois que ele teve a oportunidade de dar vida ao CDUL e levar por diante a construção do Estádio Universitário. Era um entusiasta que educava: animava e exigia.
Há umas quantas coisas básicas que aprendi no Rugby e aplico à vida. O Rugby é um jogo de ataque e um jogo de equipa. É preciso saber defender, mas não jogar à defesa. O individualismo e culto de estrelato destroem a equipa e o próprio desporto. Outras duas coisas são fundamentais e precisam de ser treinadas todos os dias: passar bola e placar. Ver sempre a quem passar, e bem… Procurar estar sempre em posição de poder receber. Placar é também uma arte: saber meter a cabeça de lado certo e tão baixo quanto possível, é um segredo de eficácia e de superação dos medos. Por fim, tal como na vida, a mentira e a violência não compensam; por mais teatro que se faça e se ganhe dinheiro com isso, arruína-se a consciência e a confiança. Último recado: aplaudir o adversário… e, quanto possível, ir tranquilo para a 3ª parte.
Vasco Pinto Magalhães,