Longe estava Manuel da Josefa quando segurou o cavaleiro João Moura em cima do cavalo, que estaria a proporcionar o primeiro de muitos momentos sensacionais, ao cavaleiro que marcou um estilo e uma nova faceta do toureio.
João Moura, vem de famílias ligadas ao campo e á criação de gado cavalar e de raça brava. Seu tio Cláudio Moura, importou de Espanha a ganadaria Soler, criando ele próprio uma ganadaria de referência. Como curiosidade foi ele e o ganadeiro José Pereira Palha, que até á actualidade lidaram toiros em terras mexicanas. Seu pai exímio equitador e homem conhecedor do toiro e seu tio, homem também do mundo do toiro, criaram o berço a este cinquentão que faz de cada actuação uma pintura única e cria momentos de invulgar paixão. É fácil apaixonarmo-nos pelo toureio de João Moura, pelo seu saber estar na praça, o domínio das montadas e o controlo dos toiros. Na brega oferece-lhes a garupa, ou a espádua, ladeia e galopa sem nunca lhe perder a cara, templa as investidas dos brutos até ganhar terreno para inverter a marcha, depois carrega a sorte e reúne em terrenos por vezes inimagináveis.
Como diria o Dr. António Vasco Lucas “o toureiro de Monforte aposta sublimação artística do toureio a cavalo em sobreposição às regras clássicas”.
Foi com este espírito que João Moura se apresentou em Arroches, numa homenagem a Francisco Romão Tenório, e que (Moura) e os seus dois filhos transformaram aquela noite, de 22, num momento que para sempre se guardará na memória.
Marco Gomes