MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Hoje é moda Ladear a galope e beber GIN...

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Temos que viver com a moda mas sem obrigação...

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Moda é a tendência da actualidade. A palavra moda significa costume e provém do latim modus. É composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos, sendo uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar.
"La mode ce demode, le style jamais...", disse um dia Coco Chanel.

Efectivamente, hoje está na moda ladear a cavalo, umas vezes bem, outras assim a assim, outras mal e outras mesmo muito mal, assim como está na moda beber Gin do bom, do assim assim e do mau.

Quando eu fui para a guerra, o whisky era uma bebida desconhecida de muitos soldados, como era a banana que muitos nunca tinham comido e o mar que nunca tinham visto, e mesmo alguns melicianos só conheciam o whisky de vista, dos filmes de Cowboys. Nessa altura era moda dar valor aos cavalos que estavam equilibrados e andavam bem por direito, o que hoje não se verifica na maioria dos casos porque a moda levou á obrigação de andar de lado..

Há 3 ou quatro anos apareceu o GIN, que dantes se bebia pouco e só com água tónica, que substituiu o whisky que se bebe com tudo e a todas as horas, passando o GIN de ser moda a ser quase obrigatório, para não fazer figura de parolo.

A força das modas é enorme e começa a assustar-me quando penso que quando era novo era feio ser homosexual, mais tarde passou a ser natural, hoje é fino ter essa opção, e por este andar, não sei se um dia não passa a ser obrigatório.


Eu sei que o momento que se vive não é o melhor, mas a moda de dedicar todo o tempo do mundo a protestar contra politícos, militares, funcionários públicos, Aficionados, banqueiros, policia e o futebol Português, ajuda o tempo a passar. e por isso há pessoas que vivem tensamente enquistadas, na moda da revolta contra tudo e todos, e que se alimentam de maus presságios não coseguindo por isso ser felizes.

A nossa história é recheada de crises que há época foram modas. Foi a perda de castelos para os mouros, foi o fim da primeira dinastia, foi a contestada opção pelos descobrimentos (velhos do Restelo ), foram os gastos sumptuosos com o dinheiro da India e do Brasil, foram os Filipes, foram as lutas entre liberais e absolutistas, foi a queda da monarquia, foi a primeira a segunda e todas as Républicas, foi o estado Novo, foi o 25A, foi o 28 de setembro, foi o 25 de Novembro, no fundo, foi Portugal na sua essência. 

Agora é moda, os velhos do Restelo serem substituídos por velhos das pastelarias e do " face" que vivem amargurados, sem um único pensamento positivo e sem se lembrarem de rezar um acto de contrição, pelo contributo que deram para a crise; sim porque todos temos a nossa parte nela, ora no absentismo na função pública, ora no endividamento excessivo, ora no mau uso dos dinheiros comunitários, ora..., ora..., ora...,... 

No mundo do toiro afina-se pelo mesmo diapasão. è moda dizer que os toureiros não toureiam com verdade, as empresas não sabem montar espectáculos, os ganaderos criam toiros demasiado suaves, há grupos de forcados e sites e blogues a mais, a imprensa é uma merda, os aficionados são ignorantes, e tudo isto, dito muitas vezes de catedra por qualquer manhoso (a), ignorantes sem eira nem beira de conhecimento de tauromaquia, e muito menos de história.

A "Festa" é o que é, e tem as suas modas, mas como qualquer arte vai evoluir naturalmente. Para nosso conforto, a propósito dos antitaurinos, é bom não esquecer,  que D. Maria quis acabar com as corridas e não foi capaz, tendo todo poder, porque as tradições não acabam por decreto......

Para não vivermos atormentados com quaisqueres que sejam as modas, temos que compor no dia a dia, uma forma estética de existência ou então sonhar.


Eu nos meus ataques de loucura desejo o mesmo que o Woody Allen descreve neste trecho que se segue:


Na minha próxima vida, quero viver de trás para a frente. Começar morto, para despachar logo o assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar  40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo. E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer. Por fim, passo nove meses flutuando num “spa” de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois – “Voilá!” – desapareço num orgasmo …”

João Cortesão