MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Festa pode implodir...



 

Diz o dicionário: “Implosão = rebentamento para dentro, conjunto de explosões combinadas de modo a que os seus efeitos tendam para uma área limitada central.

O título de hoje nasceu de uma conversa que tive há dias com um amigo, que inconformado, perspicaz e inteligentemente me disse que temia mais a implosão da “Festa” que a acção dos antitaurinos,  que defendia que se devia defender a nossa paixão com todas as forças secundarizando os interesses pessoais de cada um.
Tenho pensado á séria nas suas palavras. E encontrei inspiração num livro do meu amigo Eng. Manuel da Costa (vulgo Manel da Quinta), a quem já escrevi “P’ra que a terra não esqueça”, e que é tão só, para mim, uma das maiores referencias de inconformismo sério, aliado a uma rebeldia brilhante.

O que representam os “xaxas” dos antitaurinos, quando comparadas as suas acções com as guerras dentro da "FESTA" com atentados á liberdade de imprensa que já se registaram por parte de algumas empresas, com invejocas tolas, que juntas dão uma imagem treceiromundista ao mundillo?
E que dizer da forma como são montadas certas corridas no Norte, e a opção de alguns cavaleiros que ali vão tourear, o fazerem experimentando cavalos novos, sabendo que essas corridas nessa região normalmente metem gente que paga tanto ou mais que no Sul ???
Outro exemplo : Os Forcados não podem ter a sua bela e perpétua imagem de artistas ásperos e românticos, orgulhosos da sua diferença, soberbos, idealistas, nobres e audaciosos, misturada com problemas de ordem pessoal de alguns, por muitas razões pessoais que estes tenham, e se calhar até têm… ou julgam ter.



É evidente que haverá razões emocionais para melindres e razões doutra ordem, porém, o momento que a “FESTA” atravessa e que levou, em boa hora, á criação da “P’ró Toiro, tem que forçosamente esbater estes desencontros, sob pena de tudo não passar de uma palhaçada para “Inglês ver”, tornando débil o esforço da Drª Canavilhas, do Dr. Santana Lopes e do Dr. Sumavielle, abrindo ao País profundo aquilo que para nós é um couto épico, um mito fundador e explicativo do ordenamento de uma arte e mesmo de uma certa forma de estar no mundo que, gera esta paixão que nos enleia.
Falar de união das forças do mundo do toiro e continuar com divisões, faz-me lembrar, o celibato dos padres nos dias de hoje, como escreveu Manel da Quinta, embora noutro contexto, que é este: Que importa o celibato dos padres se depois os escândalos de pedofilia e etc. se multiplicam com força e visibilidade?

O cumulo da desunião e das guerrinhas tolas, aconteceu há tempos quando um empresário se insurgiu contra um apoderado por este ter oferecido bilhetes da corrida a pessoas de quem o dito empresário não gostava. A propósito deste episódio, vou contar uma história. Era uma vez um canalizador que foi reparar uma rotura a uma mercearia. Ao sair para almoçar comprou uma grade de minis, que cá fora ofereceu a uns “bacanos” seus amigos que por sinal, não constavam das simpatias do dono da mercearia. Á volta da refeição, o merceeiro sabendo a quem o canalizador ofereceu a grade, disse: “Queres que ponha uma grade a refrescar para levares á tarde para os teus amigos?” o Canalizador riu-se e o merceeiro replicou. “A minha missão aqui é vender e servir bem os clientes… O que o tal empresário devia ter feito era perguntar se o dito apoderado não queria antes bilhetes de sombra ou mais bilhetes para outra corrida para os mesmos tipos...

Concluindo, na "FESTA" não se deve marginalizar ninguém, e as guerras se as houver, devem ser estritamente pessoais e sem visibilidade, com pena da "FESTA" rebentar por dentro = Implodir..

Tive sempre uma ternura muito especial pelos hippies, e por isso vou recordar a sua frase mais célebre ”Make love, not war” = faça amor, não á guerra. Plagiando a ideia, digo eu para abranger mais gente. “ quem não é capaz de fazer amor, pelo menos não faça guerra…