A arte Xávega e a Festa
No sábado passado fui á praia da Tocha onde não ia há muito tempo, e assisti a duas fainas da arte Xávega, ao mesmo tempo que estabeleci uma enriquecedora conversa com os pescadores.
Dá-se o nome de arte xávega ao tipo de pesca típica das praias da Nazaré, Mira, Costa de Lavos, Tocha etc. em que toda as companhias de pescado a que os pescadores chamam “campanhas”, se ajudam mutuamente na faina, esquecendo questões particulares e até mesmo quando não se dão uns com os outros.
A palavra “xávega” deriva do árabe “xabaka”, que significa rede. O termo xávega é usado tanto para definir rede para pesca de arrasto, como para defenir o próprio barco (de fundo chato) que transporta a rede para o lanço.
Dizem os livros que pescar não é uma arte, pescar é uma actividade que se serve de artes. A Arte Xávega refere-se ao ofício da pesca de cerco de arrasto para terra, tradicional, e nesta actividade há uma voz de comando que parte do “Arrais”, que não prescinde da ajuda seja de quem for, repito seja de quem for , para optimizar a faina.
A propósito : As organizações de defesa da “FESTA” não podem estar enfeudadas a grupos de pressão, deve-se sim juntar toda a gente a fazer força para o mesmo lado.
Meus amigos, é bom não esquecer que estamos em Portugal e não estamos na Índia país das castas…
Desta coluna, peço a quem decide nos meandros destas organizações que pensem largo as suas decisões, evitando criar gente marginalizada, porque os marginalizados são sempre o fermento de revoluções .
A Prótoiro mudou alguma cisa, e todos temos que mudar. Nunca é tarde para mudar, e a propósito vou-vos contar uma história que mostra ser sempre tempo para arrepiar caminho.
“Um tipo está prestes a suicidar-se atirando-se de um viaduto, quando um jovem mendigo maltrapilho lhe pergunta: o senhor vai-se matar? Responde-lhe o outro: vou e não tente impedir-me.
Diz o Pobre: “Já que se vai matar podia dar-me as suas roupas”.
O homem concordou e despiu-se por completo.
O maltrapilho olha de forma maliciosa e bem humorada para o outro todo nu, e diz: “O senhor tem um rico rabo”, uma rica bilha...
É então que o candidato ao suicídio, reconsidera e rapidamente responde: “Dê-me as minhas roupas de volta, mudei de ideias… descobri uma razão para viver…
Termino, com o desejo que todos rememos para o mesmo lado, e daqui grito como um dia o fez o chefe de uma embarcação do Ginásio Figueirense, grito hoje vulgarizado sempre que na pesca se apela aos esforços conjugados: “Vai d’arrinca!!!”