Fruto de vários telefonemas que recebi, tive que voltar á Nazaré...
É natural acreditar em utopias, mas por vezes é imperioso acordar para essa realidade que é já não ser possível acreditar em mais utopias.
Depois de ler várias opiniões sobre a corrida da Nazaré, e de ouvir o que a maioria dos aficionados que estavam na corrida me disseram ao intervalo e no fim da mesma, "caíram-me as escamas dos olhos, tal como aconteceu ao apóstolo S. Paulo quando ía pela estrada de Damasco, e passei a ver e a ouvir , e não tive outro remédio que escrever o que vi, para não correr o risco de passar por cego perante aqueles que se dirigiram a mim e aos outros que bem alto se manifestaram, de tal modo que não fui o único critíco(a) a ouvir essas manifestações de desagrado.
Quanto aos toiros e ao equivoco do Sr. Ganadero, o que escrevi não necessita de justificações...
Quanto ao resto vou justificar. Tenho o máximo respeito pelo maestro João Moura, como tenho por todos os toureiros, reconheço a importância que teve no toureio a cavalo, mas é um facto que tal como aconteceu mais que uma vez a Mestre Batista, Zoio, Luís Miguel, Paulo Caetano, António Ribeito Telles, João Salgueiro e o próprio João Moura quando em função da crise teve que tourear em França com uma quadra de segundo plano, neste momento, o Maestro não está montado á altura dos seus pergaminhos.
Torna-se por demais evidente que arranjar uma quadra importante para um cavaleiro, é muito difícil, para dois é muito mais dificil ainda, e para três a dificuldade não tem quantificação...
Como é Natural, João Moura cede os seus melhores cavalos aos seus filhos João e Miguel, a um (João) porque está na melhor época da sua vida, a tourear as Feiras mais importantes de Espanha graças ao seu valor, e ao Miguel que se está a lançar e a quem muita gente augura enorme futuro. Qualquer pai faria o mesmo, como é natural.
Pessoalmente estou convencido que João Moura pode renascer de um momento para o outro, assim lhe toque um cavalinho á medida do seu toureio, porque efectivamente valor não lhe falta como é inegável, e pode durante esta época manter a chama, conseguindo êxitos quando tourear com os filhos de modo a fazer uma melhor gestão das quadras, o que não acontece se tourear no Norte de Portugal, enquanto um filho toureia no Sul de Espanha e o outro em França.
A verdade é esta : João Moura tem como seguro, independente dos filhos, um bom cavalo de saída que é o "PAIM" e outro bom de bandarilhas que é o "Pereda", os outros para já, não têm categoria para serem montadas de uma figura.
Tenho a certeza que esta fase vai passar, mas para já é o que é, e um enorme valor tem o cavaleiro para ainda sacar qualquer coisa dos cavalos que tem ao dispor... ainda que ás vezes, pelo respeito e admiração que lhe tenho, seja confrangedor...