Findo o mês de Agosto é tempo de fazer o balanço sobre as Capeias arraianas
Tal como é da praxe, a Lageosa da Raia deu o arranque da época. Este ano, esse impulso foi bastante mal dado pela mão de Romeu Sanches, que já tinha obrigação de saber produzir um bom encerro a cavalo e prever que o transporte dos toiros é pedra basilar para o sucesso de uma capeia. Assim não aconteceu e a Lageosa já aposta na mudança de rumo em 2013.
Seguindo-se o Soito, é caso para dizer que as festas correram de maneira diferente. Desde as alegres Largadas até á Capeia, praticamente todos os toiros de Zé Noi cumpriram e o encerro teve cor e emoção.
Aldeia do Bispo pode-se dar como satisfeita, pois teve a melhor capeia do mês de Agosto. Os 7 toiros apresentados por Zé Manuel Duarte (Fininho) foram toiros que cumpriram tanto em terapio como em bravura. O 5º toiro da tarde virou o forcão á primeira investida, deixando sem qualquer hipóteses quem o enfrentava. Apenas um reparo no que diz respeito ao encerro, pois este ano foi bastante abreviado.
Quanto a Aldeia da Ponte, esta Aldeia apresentou como é costume um belo e pontual encerro a cavalo protagonizado por Nuno Casquinha. Ainda durante o encerro registou-se a morte de um cavalo da quadrilha de Casquinha, que não se tirou a tempo da investida de um dos toiros. Á tarde, a Capeia decorreu com normalidade tendo sido agarrados quase todos os toiros postos em praça. De salientar que o peso dos toiros nesta Aldeia tem diminuído ligeiramente de há uns anos para cá. Por que será? Efectivamente, este foi mais um ano, em que as pessoas abandonam a praça com saudades do mítico desencerro de Aldeia da Ponte.
Em Alfaites, Zé Noi teve oportunidade de fazer um bonito encerro à antiga! Com hora marcada para as 7:30 da manha, o encerro partiu desde a sua Quinta dos Forcalhos, entrando por Alfaites em grande correria tal como é costume. A capeia decorreu com normalidade embora se esperasse um pouco mais de casta e bravura dos toiros. Houve um desencerro bonito e animado no final da tarde.
Nos Foios, Zé Manuel Duarte (Finhinho) devia ter percebido que aquela Aldeia é exigente por natureza e está habituada a toiros sérios. Não assimilou a ideia como devia e apresentou um curro de toiros que deixou a desejar aos mais afoitos. No entanto a capeia decorreu com alegria e até com alguns sobressaltos arriscados.
Quanto aos Forcalhos, o encerro partiu como já é habitual, da Quinta de Zé Noi. O curro de toiros tinha bastante apresentação e fez-se conduzir com serenidade, entrando pela aldeia a galope á hora prevista, seguindo-se o toiro da prova. Á tarde, a capeia esteve repleta de gente e os toiros cumpriram com fortes arremetidas ao forcão.
Por fim, Aldeia Velha encerrou a época com um encerro um pouco atribulado. Na recta final, à entrada da Aldeia e devido á velocidade que o encerro transportava, registou-se a queda de um cavaleiro que ao levantar-se foi colhido por um toiro que se apresentava na sua traseira. Apesar do toiro da prova não ter dado garantias de sucesso, a tarde ficou marcada por bonitos momentos de lide com o forcão (Toiros de Zé Noi).
Quanto ao concurso, sendo este ano a estreia de José Manuel Duarte (Fininho) é de louvar o curro de Toiros puros que trouxe à praça de toiros do Soito. Ambos os toiros eram praticamente iguais em peso e não se registou qualquer anomalia em termos de bravura, pois poderia prejudicar de alguma forma a prestação de uma ou outra Aldeia. Todas as Aldeias tiveram uma prestação digna no que toca a pegar ao forcão. No entanto, ainda persiste na memória de muito de nós, os enormes toiros de Murteira Grave ou Pégoras, trazidos por Zé Noi em anos transactos. Onde ficaram este ano esses toiros? Fica a pergunta no ar, sempre num contexto de elevação da Capeia Arraiana.
Para o Ano há mais!