Diego Ventura disse o que disse e não foi de modas...
Ao ler no blogue "diariotaurino" do meu amigo Hugo Teixeira, que Diego Ventura tinha dito numa entrevista em Espanha que 90 por cento dos críticos taurinos portugueses solicitam junto da sua pessoa guito para escrever/falar bem de si., e que parece um orfanato, pois mal ele acaba de chegar ao nosso País já os escribas estão a pedir uma comissão para escrever de si coisas agradáveis. Não fiquei muito admirado, sabendo como sei que há casos em que as negas a essas solicitações até se transformam por vezes em ódios de estimação.
Na verdade a única coisa que me espanta é o mesmo Diego Ventura não se referir a Espanha e a México, sabendo nós o que por lá se passa. Acaso Portugal é assim tão diferente ??? Pessoalmente penso que não.
Á parte do que comentei anteriormente, há um aspecto que gostaria de ver esclarecido. Trata-se de saber quem pede e no fundo quem são os orfãos ??? Pela minha parte estou á vontade, nunca almocei nem jantei com Ventura nem cá nem em Espanha, a não ser quando era criança de colo e eu apoderava o seu pai, nem nunca fui a Pancas - onde trabalhei por duas vezes ao longo da minha vida - desde que o excelente rejoneador tomou posse daquelas instalações, nem nunca privei com ele em nenhum hotel onde ele se veste, nem nunca fui á sua casa na Golegã embora tenha sido convidado ( não fui porque não calhou).
Fui duas vezes a Puebla uma para fazer uma crónica para o Farpas sobre os cavalos novos "Craques? depois se verá ..." e uma outra para interpretar a sua forma de montar e a sua equitação tendo em vista outra série que publiquei há dois anos no mesmo jornal, e na mesma viagem fui fazer trabalhos idênticos com Fermin e António Domecq. Da primeira vez que lá fui e porque era altura de Natal, foi-me oferecido um presunto "Pata Negra" ( esplêndido por sinal) e não sei ainda hoje se a oferta foi dos cavalos de quem tanto bem disse, ou se foi o pai do ginete que pela nossa amizade que vem de longe resolveu fazer-me a tal oferta que estou convencido que teria feito na mesma - fosse eu critíco ou não - atendendo á época Natalícia em que se trocam presentes, oferecendo-lhe eu um dos livros de minha autoria, Ou tão só pelos velhos momentos que passámos juntos, que se saldaram por uma velha amizade, tão velha que estive para ser padrinho do Diego antes do pai rumar a Espanha.
O Diego é um excelente Cavaleiro e um excelente rejoneador como é reconhecido por toda a gente e em todo o mundo, e o facto de não querer tourear no noso País é um problema que só a ele diz respeito. Se disse o que disse de noventa por cento da critíca Portuguesa é porque é verdade, nunca constou que D. Ventura fosse mentiroso, só penso que devia denunciar quem pede e o quê, para que o onus da suspeição não caia em cima de todos.
Eu vou vê-lo sempre que posso, sou seu admirador, e agora sem o numero da mordidela que nada adiantava á genese do seu toureio e com o qual não simpatizava, ainda mais. Como todas as figuras Ventura é contestado por uns e idolatrado por outros, e é a controvérsia que gera a mística, que gera a fama, que gera a história das grandes figuras...
Força Diego, lá estarei para ver encerrares-te com os seis toiros em Huelva, da mesma maneira que estive na tua encerrona em Ronda, mas não irei ao hotel...