MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012


Como não podia deixar de ser, dado o respeito que temos pelas critícas, tinhamos de publicar esta carta do sr. Emílío Vidigal a propósito da critica á corrida de Albufeira da semana passada, tal como publicamos todas as critícas relevantes que nos são feitas em termos correctos.
Como o atingido nas critícas é o nosso chefe de redação João Cortesão, este fez questão de responder, o que acontecerá durante o dia de hoje.

António Costa


Exmº Director do www.sortesdegaiola.blogspot.com

Aceito as regras da direcção do ora identificado como “Sortes de Gaiola”, V/Exª é livre de publicar ou não, aquilo que me vai na alma.

Li com atenção a crónica e a crítica, publicada acerca da Corrida TV, realizada em Albufeira em 2012-08-08. Concordei e discordei de alguns comentários, percebi alguma malvadez, e muito servilismo nalgumas afirmações, mas como conheço alguma coisa destes meandros, dei pouca importância e entendi tudo como “mais do mesmo”.

Não fora o facto do “Sortes de Gaiola”, voltar hoje (2012-14-08) ao assunto, para mim e depois de um fim-de-semana tão intenso em corridas e crónicas, o tema e a concordância /discordância estariam para mim ultrapassadas.

Permito-me fazer os seguintes comentários que desde já reconheço, V/Exª tem todo o direito de publicar ou não, uma coisa fica registada, eu não me chamo “Solange Pinto”, e não vou alimentar o triste espectáculo que o Sr. Cortesão (com falta de cortesia alimentou com a sua colega).

Os prémios às melhores lides a cavalo a pé e às melhores pegas, sempre existiram e são um aliciante extra, que mobiliza aficionados a frequentar as nossas praças de toiros. “ na boca do Sr. Cortesão são uma merda” . Eu discordo.

Frequento mais praças espanholas, do que portuguesas, em todas as grandes feiras taurinas, são disputadíssimos os mais variados troféus. Não consigo perceber a origem da afirmação do Sr. Cortesão, “ em Espanha não se disputam prémios”.

Gostava de perceber (segundo o Sr Cortesão) o que são, a ornamentação das vitrinas dos nossos ilustres toureiros, Victor Mendes, João Moura e João Cortes.

A história do padre e do sacristão, “metáfora segundo o Sr. Cortesão”, traz-me á memória outra metáfora, “a do Jornalista e a do jornaleiro”, uns escrevem segundo a sua intuição e marcam um estilo, outros escrevem à jorna, à linha e tal como qualquer asno, de acordo com a ração que recebem.

Atribuição dos prémios em Albufeira – O Sr. Cortesão faz uma série de comentários depreciativos, chegando a invocar gravidade dos factos, no relato das lides, premeia todos sem deixar transparecer quem devia ser premiado. Parece a Srª D. Rebimbas, dá flores a toda a gente. O Sr. José luís Cochicho, e o Sr. Virgílio Palma Fialho, Membros do Júri, decerto não perderão tempo a comentar estes incidentes, mas eu Emílio Vidigal, um forcado igual aos mais vulgares que pisaram as arenas, sinto-me orgulhoso de ter partilhado o Júri com tão ilustres figuras.

As dúvidas do Júri, desvaneceram-se após a lide do sexto toiro. Até ali, Luís Rouxinol e Felipe Redondo eram os vencedores. Após a lide de Tito Semedo, depois de três intensas horas de corrida, ainda estavam preenchidos mais de três quartos de praça, (deve ter sido nessa altura que o Sr. Cortesão ligou o televisor) ouviu-se a maior ovação da noite, que premiava uma actuação sem ferros descaídos nem passagens em falso. (Luís Rouxinol com uma grande actuação tinha registado uma passagem em falso e cravado um ferro ligeiramente descaído. Joel Zambujeiro, jovem cabo do Grupo de Cascais, efectua uma pega, que foi um verdadeiro hino á arte de pegar toiros, foram evidentes na execução os três tempos do toureio - Parar – Templar e Mandar.

O forcado Felipe Redondo, tinha efectuado uma pega muito rija e a um toiro difícil, mas o primeiro tempo parar e falar com o touro não foi marcado, tendo sido efectuado com auxílio do cabo e do peão de serviço. Refiro-me aos tempos do toureio, porque tive a honra de integrar o primeiro grupo de forcados que pisou a arena da Praça México. No dia seguinte um Jornalista de um periódico taurino, registava “ Los Forcados Lenharam lá México”. Pegar toros es igual que torear, ay que Parar Templar e Mandar”.

Segundo o Sr. Cortesão, Público – Três quartos de casa á vista, eu estive lá, vi as bancadas preenchidas, e tive a confirmação de que ficaram na bilheteira cerca de 200 bilhetes.

Para outras praças o Sr. Cortesão utiliza outro tipo de expressão, por exemplo: “Campo Pequeno, Corrida do Correio da Manhã”, bilhetes 2 em 1, O Sr. Cortesão relata “pouco público” , estavam 1200 pessoas na praça, deduzindo as ofertas a forcados e outros intervenientes devem ter sido vendidos 500 bilhetes.

Termino como comecei, só o facto do “Sortes de Gaiola” ter voltado ao assunto me levou a tecer estes comentários.

Devo dizer que considero pior a “emenda que o soneto”. Se a crónica já de si era uma falta de respeito, pelo Júri, pela Monumental de Albufeira (Dor de corno) e pelo Empresário, Ganadero e Matador de Toiros “Fernando dos Santos”, a carta ao Sr. Tito Semedo é um compêndio de servilismo, falta de nobreza e um acto de verdadeiro jornaleiro.

Com os meus cumprimentos Sr. Director António Costa, o tempo tudo cura, e o rico leque de colaboradores que o “Sortes de Gaiola “, tem, decerto que vai fazer esquecer este incidente, na minha opinião infeliz do Sr. Cortesão.

Emilio Vidigal