quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Campo Pequeno / Moita
Próxima temporada - As águas
separam-se, e vão correr mais ou menos normalmente...
O conflito permanente em que se envolve a sociedade moderna tem características e motivações muito especiais no nosso país e, consequentemente, no nosso mundo do toiro.
Se é um facto que a falta de convívio das pessoas em casa, motivada pelas televisões, computadores e pelo ritmo acelerado em que se vive, contribui para uma certa agressividade, também é um facto que a falta de leitura de bons livros, aliada à violência das imagens de TV e às primeiras páginas dos jornais, geralmente sensacionalistas, projectam as pessoas para a conflitualidade, dando por vezes a ideia de que, para além desta, não há outras formas de reagir.
Em Portugal, há questões que mergulham na história e que têm que ver com a personalidade típica de um povo. Senão vejamos:
Sempre que há situações fracturantes, nós os Portugueses reagimos com ódios viscerais.
Na 1.ª República o ódio dos jacobinos à igreja e dos republicanos aos monárquicos e o contrário foi evidente, de tal modo profundo que ainda hoje há resquícios. No "Estado Novo" os salazaristas e a oposição nutriam uns pelos outros um ódio profundo, e no 25A as palavras fascistas e comunistas serviram para extremar, rotulando com ódio.
Muitos mais exemplos poderia dar, mas fico-me pelo actual Benfiquismo antiPortista e correspondente Portismo antiBenfiquismo.
Neste começo do ano taurino, e porque as empresas do Campo Pequeno e da Moita são as mais importantes, as opiniões dividem-se quanto a uma posivel guerra motivada pelas exclusivas, isto numa altura de crise profunda em que os cachets se não baixarem não é crivel que subam. Uns estão do lado das exclusivas contra o Campo Pequeno, ou estão contra as exclusivas e estão do lado do Campo Pequeno, e além desta guerra há que ter em conta, o grupo dos empresários "Não alinhados...". O exemplo da época passada em Espanha não deixa antever nada de bom...
Por ser assim, vou dissecar o que as duas principais empresas têm de trunfos para jogar.
Empresa do Campo Pequeno
Praças /nº de corridas - Campo Pequeno 9, Figueira 3, Nazaré 6, Sobral 2, Tv 2, S. Manços 2, Sobral 2.
Nota: Ainda há que contar com possiveis parcerias ou acordos com "não Alinhados"...
Cavaleiros sem exclusivas - 3 Mouras, 2 bastinhas, Rouxinol, Moura Caetano, Rui Salvador, Sónia Matias, Manuel Ribeiro Telles Bastos, Ana Batista, João Salgueiro da Costa, João Maria Branco, Duarte Pinto, Tomás Pinto, Brito paes, Filipe Gonçalves, Paulo Jorge dos Santos, Ana Rita, Fermin, Pablo, Gallan, Ventura, Manzanares, Cartagena, Marco josé, Francisco Cortes, Tito Semedo ( num total de 28 cavaleiros ), mais os matadores das habituais corridas mistas....
Campo e Praça
Praças / nº de corridas : Moita 7, Almeirim 2, Evora 5, Estremoz 2, Coruche 4,
Cavaleiros com exclusivas - Ant. Telles, J. Salgueiro, J. Telles Jr, Vitor Ribeiro, Gilberto Filipe, Rui Fernandes e ...
Perante este cenário e perante o cenário da crise, não é dificil ver que, assim como a Emp. Campo e Praça pode cumprir os acordos com os seus toureiros ( nem nunca isso esteve em causa) só com as corridas que dá, também o Campo Pequeno pode montar a temporada sem precisar dos toureiros que assinaram a exclusiva, quanto mais não seja porque alguns já na temporada passada estiveram sem ir ás suas praças até muito para além do meio da época.. Além disso há ainda o facto da aposta em competição de grupos de Forcados que será sempre uma mais valia...
Quem vai ganhar com isto, são alguns toureiros menos vistos que passarão porventura a ter, mais oportunidades com visibilidade... Um triunfo no Campo Pequeno tem indiscutivelmente um peso especifico muito maior que em qualquer outra praça.
Quanto aos " não alinhados" esses não vão certamente pagar mais aos toureiros do que pagaram na época passada, tanto mais que se vai sentir com mais força a crise durante esta época...