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Numa entrevista, há sempre coisas que ficaram por dizer, nuns casos por falta de tempo, noutros por mero esquecimento.
Em relação ao Néné faltou-me dizer que agora é que ele vai saber quem são os verdadeiros amigos. Muitos daqueles a quem dava bilhetes a quem acedia a pedidos para colocar toiros, arranjar corridas a toureiros e grupos de forcados, afastar-se-ão agora, mas a vida dá muita volta e quando regressares espero que não percas a memória...
Eu acredito que vais reaparecer, só não sei quando... És um taurino com história recheada, até com erros também... como não podia deixar de ser depois de tantos anos...
É quando as pessoas estão na mó de baixo, que eu quero estar sempre presente porque tenho memória, e tenho provado isto ao longo da vida.
Em relação a Estremoz esqueci-me de dizer, que o mal que foi feito á "FESTA" com a decisão de não serem ouvidos os Estremocenses, irá ter com certeza reflexos nas proximas autárquicas. Uma autarquia não é uma quinta, nem um presidente de Camara é um quinteiro...
Quanto aos toureiros mais novos, João Salgueiro da Costa, João Maria Branco, Miguel Moura e ao amador Luís Rouxinol Jr. , não lhes dediquei o tempo devido. O valor dos quatro é apreciado e eles são neste momento a esperança no futuro.
A procura da emoção naquilo que fazem, aproxima-os da verdade. A sua evolução é previsivel...
Quanto aos menos jovens, devia ter dito que António Ribeiro Telles continua ser uma referência incontornável do Classicismo, que Bastinhas é um toureiro que mantém um público sempre fiel, e que Luís Rouxinol teve uma época fantástica marcada sobretudo pelo ferro que cravou em sorte de gaiola em Vila Franca, que foi o melhor que lhe vi em toda a sua extraordinária carreira.
Tinha intensão de dizer e não disse por falta de tempo que : A maneira como muitos dos cavaleiros festejam um bom ferro, é feia. Ao largarem as rèdeas, colocando as mãos na cabeça tapando a cara, dão a ideia que aquilo aconteceu por acaso. Nunca vi o Sr. Núncio, Batista etc... fazerem isso. Só falta virem abraçar-se aos bandarilheiros e apoderados como os tipos do futebol e abanarem os braços como se estivessem a embalar um bébé, e o pior é esquecerem-se de rematar as sortes. Há ainda aqueles que vão direitos ao público com ar agressivo, como dizendo: "vocês queriam que corresse mal mas eu safei-me..." Haja decoro!!! A corrida á Portuguesa é um espectáculo históricamente abonado de classe e bons modos.
Quanto ao Campo Pequeno, devia ter dito que está a gerir o silêncio com o saber da experiência acumulada. Deixa parar as águas que têm andado agitadas enquanto dá a maior força ao Festival do Nuno, e quando achar oportuno divulga o que tiver a divulgar, penso eu que já com certezas, não alimentando especulações. Não precisam de protagonismo - o que têm basta-lhes e sobra - e demonstraram no caso da Figueira, Nazaré e corrida TV, que com descrição evitam polémicas que não favorecem o negócio...
Depois podemos estar de acordo ou não, e mais murube menos murube, mais exclusivas menos exclusivas ou até mesmo sem exclusivos, a época vai-se dar com dignidade. Uma coisa é certa, depois da polémica do trapio de determinada corrida na época passada, estou convencido que os toureiros com força irão mandar nos toiros como é habitual em qualquer parte do mundo taurino, mas mais devagarinho... sem o "quero posso e mando" de alguns...
Estou sempre á vontade para falar do Campo Pequeno....
Quanto á equitação apresentada por muitos cavaleiros, não vou adiantar nada, porque o que tenho para dizer dava um livro.