Toiros Murube ???
La mode se demode, le style jamais…
Esta frase celebre de “Coco Chanel”, deve-se projectar no panorama actual do toureio a cavalo em Portugal.
A moda dos toiros de encaste “Murube”, dóceis, facilões, e cada vez mais perto do manso perdido, tira por completo a emoção á corrida á Portuguesa e mais grave: Afasta o público das praças de toiros…
È evidente que esta moda tem que passar de moda “LA MODE SE DEMODE…”
O público sai frustrado, os toureiros saem frustrados, as corridas passam assim a ser uma frustração completa.
A emoção é essencial e essa só é possível mantendo o estilo que sempre caracterizou as corridas de toiros, um estilo vivo em que a coragem domine, levando á emoção. O estilo não pode mudar “… LE STYLE JAMAIS…” isto é, não pode passar de moda, como se depreende da frase que titula esta crónica”
Os toureiros, só conseguem libertar toda a sua arte, quando sujeitos á “PRESSÃO” da bravura do toiro, que conduz ao perigo, levando assim emoção ás bancadas.
“O carvão quando sujeito á pressão dá origem ao diamante” disse e muito bem Winston Churchil. Reparem que as grandes actuações dos toureiros, foram sempre conseguidas com toiros bravos e com trapio, isto é, com pressão.
O toureio moderno, interpretado por uma maioria, não tem a emoção dum Batista e de um Zoio, e se lhe juntamos o toiro quase domesticado, o que fica? Nada, mesmo nada.
Estou convencido de que serão os próprios toureiros, porque pensam no futuro, a exigir toiros á séria e depois quem tem unhas é que tocará viola, e deste desiderato partir-se-á para uma selecção natural clarificadora, com toda a certeza.
As empresas, na sua maioria, têm a maior parte das culpas do estado a que isto chegou, ao deixarem que os toureiros exijam determinados toiros. Os empresários verdadeiros têm que salvaguardar o futuro da “Festa”.
Os aficcionados menos jovens, estão habituados a vibrar nas corridas e não vão agora habituar-se á sensaboria. Os Hábitos de cada um, não mudam com facilidade.
A propósito de hábitos: há dias, um grande amigo meu, quando falávamos de uma amiga comum mais velha que nós, que tinha arranjado um namorado muito mais novo - o que na dita amiga sempre foi apanágio – saiu-se com esta: “ cadela velha avessada a comer pintos… só morta perde o vicio.
Ainda que esta história não venha muito a propósito ( mas tem graça), mal comparado, se estamos habituados a viver a emoção nas corridas, se temos esse vicio só mortos o perdemos.
Os cavaleiros têm que nos dar aquilo de que gostamos e nos faz vibrar. Resumindo, como dizia o eng. F. Sommer d’Andrade: “o essencial das acções do toureio a cavalo, devem conduzir á escolha de atitudes, gestos e “ares” do cavalo, frente ao perigo que o toiro representa e o CAVALEIRO DEVE CULTIVAR”.
Sr.s cavaleiros, meditem nestas palavras sábias do mestre.