MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


Morreu trágicamente o Rejoneador António Ignácio Vargas



Algo se muere en el alma cuando un amigo se va...



Li no "Mundotoro" e não queria acreditar...
António Ignácio morreu trágicamente ( grandes suspeitas de suicídio) e tinha a minha idade. Representei-o em Portugal e França, e vi-o sair pela Porta dos Principes e pela Porta grande em Madrid.

Fiquei muitas vezes em sua casa e na casa de seus pais, só, ou com Manuel Lamas de Mendonça ou com José Manuel Pires da Costa ou com José Zuquete, e por várias ocasiões passei dias seguidos na finca onde seu pai tinha uma ganadaria "Las Palomas" muito perto de Ossuna, e onde o rejoneador se exilava na semana antes da corrida de rejoneio da feira Sevilha.
António Ignácio era um apaixonado dos cavalos Portugueses - foi comigo que comprou o primeiro cavalo em Portugal ) dos quais destaco aqueles que foram craques, com os ferros, Companhia das Lezirias, Lico, Mendonça, S. Estevão, Lima Monteiro, Barata Freixo, Manuel José da Formiga, e mais uns tantos...

António ignácio foi casado com Mirna Giron Ricard, que era filha de Cesar Giron e neta de Paul Ricar, da qual tinha três filhas e um filho matador de toiros que usa o nome artístico de seu avô.

Sevilha para este amigo tinha de facto "un color especial". Só nesta terra mitíca se sentia o homem na sua plenitude, que transparecia na pronuncia, na ilusão, no amor á arte, na dança, na pintureirice e num bairrismo exacerbado que se lhe notava mesmo nas critícas ao Sevilhanismo. A corrida de rejoneio da Feira de Abril, tinha para ele um valor exacerbado. Recordo-me da inauguração da EXPO de Sevilha a que não assistimos tendo convite, ele porque toureava na Maestranza no dia seguinte ne eu porque fiquei a fazer-lhe companhia.

Vir a Portugal ver cavalos ou tourear, era umm acto de paixão. A cozinha Portuguesa e as amizades que por cá foi alicerçando, resumiam nele um estar de bem com tudo e com todos e uma sã alegria de viver. Tentar falar a nossa lingua foi sempre um exercicio que treinamos nas longas viagens de carro, sem grande sucesso, diga-se de passagem...

António Ignácio foi, Rejoneador digno, Raidista apaixonado, comentarista douto, conferencista brilhante, e um belissimo cavaleiro que ajudou na evolução da Doma Vaquera para o toureio a cavalo, juntando-lhe conceitos da mais pura equitação de escola, além do geito especial de que era dotado, para tirar "Passage" e o "Piaffer ", qurendo eu afirmar aqui e hoje, que o seu cavalo "Cambório" arranjado por si desde poldro, foi aquele a quem vi a "Passage" e "Piaffer" mais brilhantes.

P'ra ti, meu querido António Ignácio, como última homenagem, deixo-te os primeiros e últimos versos, de um poema que tantas vezes cantámos juntos "por lá Feria e não só..." :


Algo se muere en el alma, cuando un amigo se va,
Y va dejando una huella que no se puede borrar.

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Ese vacío que deja el amigo que se va
Es como un pozo sin fondo que no se vuelve a llenar.

Para toda a familia um grande abraço, e p'ra ti antóinio... Até sempre...

João cortesao