Algo se muere en el alma cuando un amigo se va...
Li no "Mundotoro" e não queria acreditar...
António Ignácio morreu trágicamente ( grandes suspeitas de suicídio) e tinha a minha idade. Representei-o em Portugal e França, e vi-o sair pela Porta dos Principes e pela Porta grande em Madrid.
Fiquei muitas vezes em sua casa e na casa de seus pais, só, ou com Manuel Lamas de Mendonça ou com José Manuel Pires da Costa ou com José Zuquete, e por várias ocasiões passei dias seguidos na finca onde seu pai tinha uma ganadaria "Las Palomas" muito perto de Ossuna, e onde o rejoneador se exilava na semana antes da corrida de rejoneio da feira Sevilha.
António Ignácio era um apaixonado dos cavalos Portugueses - foi comigo que comprou o primeiro cavalo em Portugal ) dos quais destaco aqueles que foram craques, com os ferros, Companhia das Lezirias, Lico, Mendonça, S. Estevão, Lima Monteiro, Barata Freixo, Manuel José da Formiga, e mais uns tantos...
António ignácio foi casado com Mirna Giron Ricard, que era filha de Cesar Giron e neta de Paul Ricar, da qual tinha três filhas e um filho matador de toiros que usa o nome artístico de seu avô.
Sevilha para este amigo tinha de facto "un color especial". Só nesta terra mitíca se sentia o homem na sua plenitude, que transparecia na pronuncia, na ilusão, no amor á arte, na dança, na pintureirice e num bairrismo exacerbado que se lhe notava mesmo nas critícas ao Sevilhanismo. A corrida de rejoneio da Feira de Abril, tinha para ele um valor exacerbado. Recordo-me da inauguração da EXPO de Sevilha a que não assistimos tendo convite, ele porque toureava na Maestranza no dia seguinte ne eu porque fiquei a fazer-lhe companhia.
Vir a Portugal ver cavalos ou tourear, era umm acto de paixão. A cozinha Portuguesa e as amizades que por cá foi alicerçando, resumiam nele um estar de bem com tudo e com todos e uma sã alegria de viver. Tentar falar a nossa lingua foi sempre um exercicio que treinamos nas longas viagens de carro, sem grande sucesso, diga-se de passagem...
António Ignácio foi, Rejoneador digno, Raidista apaixonado, comentarista douto, conferencista brilhante, e um belissimo cavaleiro que ajudou na evolução da Doma Vaquera para o toureio a cavalo, juntando-lhe conceitos da mais pura equitação de escola, além do geito especial de que era dotado, para tirar "Passage" e o "Piaffer ", qurendo eu afirmar aqui e hoje, que o seu cavalo "Cambório" arranjado por si desde poldro, foi aquele a quem vi a "Passage" e "Piaffer" mais brilhantes.
P'ra ti, meu querido António Ignácio, como última homenagem, deixo-te os primeiros e últimos versos, de um poema que tantas vezes cantámos juntos "por lá Feria e não só..." :
Algo se muere en el alma, cuando un amigo se va,
Y va dejando una huella que no se puede borrar.
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Ese vacío que deja el amigo que se va
Es como un pozo sin fondo que no se vuelve a llenar.
Para toda a familia um grande abraço, e p'ra ti antóinio... Até sempre...
João cortesao