MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Divagações sobre Portugal e o Mundo Taurino


Vamos por partes:

1 Por ter herdado os genes de personalidades fortes que acompanhei há muitas luas, o mais certo é que por vezes não espere nem dois minutos para amandar bombas, logo, logo.

2 Penitencio-me - Muitas vezes não entendi muito bem o contexto em que surgiram algumas zaragatas. Mas, com todo o respeito que me merecem, uma resposta demolidora não equivale ao abrir das comportas da memória e deixar sair uma enxurada de cuspidelas.

3 Ter alguma cultura e não ser tolo, ás vezes leva-me a empolgar-me e a cegar.

4 O manual de perfeito cabrão aconselha a ter graça, e as intruções do perfeito sacana, obrigam a uma serenidade fininha.

5 As religiões são coisas, talvez compreensíveis, mas perigosas e irracionais. Periódicamente anunciam-nos que vão liquidar uma no espaço de uma geração, e ela ressuscita, duas décadas volvidas. Trata-se no entanto de dois em um. Por um lado esses conceitos mascavados de temor e fé no destino eterno dessa coisa efémera que é o individuo. Mas, por outro de estruturas seculares com excelentes organizações, funcionários e recursos. Oscilantemente confundem-se com os Estados, servem-se dos Estados, ou são utilizadas por Estados. Existindo várias combinações possíveis em que não podemos incluir as seitas e movimentos fanáticos.

6 Um jornalista pode dar-se ao luxo de ser laico, ateu ou mesmo anticlerical, se tiver loja montada para comercializar um produto alternativo com mercado.

7 Mas importa reter que as ideologias e os fanatismos como o dos ANTIS são passageiros, dá-lhes uma sulipampa e caiem de badagaio. E o que ressuscita sempre não são as ideologias mortas, mas aquilo que estava por trás delas. Podem manter o mesmo nome esfarrapado de lugares-comums durante séculos. Mas o conteúdo não corresponde ao rótulo genérico. O liberalismo dos ingleses de XIX não equivale ao dos neocon américas do XXI. O Socialismo do Comintern talvez não rime com o de Pol Pot e Enver Hodja E essa História do faxismo tem sido uma habilidade conceptual para meter todas as dissidências da ortodoxia do post guerra no mesmo saco dos Anti-Cristos . Mas só as religiões são uma espécie de sempre em pé. Renascem impavidamente com a mesma cartilha. Só abrem secursais, nas cristãs as filiais adoptam outras marcas mas o produto e o público-alvo mantêm-se

8 Deste modo parece conveniente vender ao bom povo aficionado um bom produto em nome do bem da "FESTA". Pode-se vender futebol, fado, toiros, gandas raves, os idolos e telecoisas. Mas não xateiem o Zé (neste preciso momento) com corridas montadas sem critério. Os aficionados querem é emoção e boas corridas, e mesmo com uma reverente consideração por esse ideal tão sublime como pouco visível que é a ética republicana, o bom povo está-se cagando tanto para o 10 de Junho como para o 5 de Outubro ou o 25 de Abril. Ou está desempregado ou em risco de o estar ou aguarda mais um aperto no torniquete fiscal e o pilim não chega ao fim do mês. Claro que só dá por isso nos intervalos do Ismailov do Liedson ou do Pinto da Costa Larga, ou das exclusivas, por enquanto... rosna baixinho como sempre rosnou durante séculos, mas dar a cara isso é quera lindo, quem é esperto sou eu, esperem por mim que eu vou lá ter.

9 Entrementes, como o respeitável regime democrático consolidado esgotou o sortido de missangas e pacotilha, não acertam uma, dão circo todas as tardes e são sempre os mesmos a gamar, o bom povo que não vê horizonte ( e, coitado, com o ensino democratizado continua a não enxergar mais horizonte do que em 1830, 1910, 1928 ou 1974) tende a pender para Fátima ou para a Carbonária. Ou seja: para uma nova religiosidade, espiritualidade, e os Zandingas do costume, ou os radicalismos fraturantes auto bloqueados porque só sabem que não vão por aí....

10 Atrever-me-ia a levantar a possibilidade de que, neste preciso momento, o anticlericalismo vociferante não esteja na moda como está a antitaurinice. E retiraria conclusões.

11 Se em vez de um velho tonto eu fosse um jovem promissor apanhava o combóio da nova espiritualidade, agarrava a bandeira da regeneração já, e radicalizava-me prudentemente. Com muito cuidadinho, para não enganalar demasiado com o folklore fracturante com que osAntis tentam cegar alguns. Espremido não verte grande coisa, depois é abrir a caixa de Pandora...

E todos sabemos que, no momento em que a inspiração poderosa da etica republicana e da bandorganizadocracia, deixar de esconder a caricatura de si própria, o bom povo vai exigir gente sensata e os Antis vão acabar naturalmente. Na politíca passam a querer gente que roube (discretamente) mas faça ; que ponha as putas os shots, o antitaurinismo, a falta de carácter e a ignorância do que seja isso de principios, num sótão recatado. E desça à rua virtuosamente. Repleto de bons principios e de nobres fins. Sempre, mas sempre, ao lado do povo

Meio Fátima, meio Zandinga, é essa por definicção, a natureza humana dos portugueses. Topam? 
Desculpem, mas tudo isto saiu da minha faceta Anarquista - Conservadora.