MANIFESTO DA DIRECÇÃO: Este blogue “www.sortesdegaiola.blogspot.com”, tem como objectivo primordial só noticiar, criticar ou elogiar, as situações que mais se distingam em corridas, ou os factos verdadeiramente importantes que digam respeito ao mundo dos toiros e do toureio, dos cavalos e da equitação, com total e absoluta liberdade de imprensa dos nossos amigos cronistas colaboradores.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Carta de um leitor

Meu caro amigo:
 
Não faz parte da linha editorial deste blogue a publicação de cartas que nos enviam, porém, a sua missiva teve o peso de nos ajudar na procura da certeza de que vamos pelo caminho certo.
Quando não concordar com qualquer coisa diga porque só assim podemos melhorar.
 
Os meus sinceros agradecimentos
 
Sempre a considerá-lo
 
João Cortesão

''Caro João Cortesão:

Peço-Lhe em primeiro lugar que desculpe o tratamento que Lhe dispenso e os minutos que me preparo para Lhe roubar.
De facto, trata-Lo por "Meu caro" é manifestamente exagerado dado o facto de não nos conhecermos pessoalmente. Corrijo: Pelo facto de não me conhecer pessoalmente. Na verdade o "meu caro" não é mais do que o reconhecimento da minha parte à familiaridade que os seus escritos e crónicas em mim suscitam. Habituei-me a lê-Lo no "Farpas" e agora leio com a maior das atenções o que vai escrevendo no novel "Sortes de Gaiola".
Sou aficionado desde que me conheço. Andei a cavalo (coisa diferente de montar, que só está ao alcance de alguns...) e já perdi a conta às corridas de Toiros que vi na vida. Mas continuo a perceber pouco e confesso que muitas vezes parece que cada vez sei menos. Outras reflexões...
Um agradecimento é a motivação que me leva a escrever estas linhas.
Devo agradecer-Lhe a excelente crónica que fez relativamente ao que se passou em Nafarros na passada Sexta-Feira.
Sou sintrense. Acompanhei de perto o movimento "legislativo" municipal que culminou num regulamento em que parecia pretender-se colar Sintra ao grupo dos municípios Anti-Touradas (o que quer que isto seja...). Desde esta altura que procuro estar presente em todas as manifestações tauromáquicas que se realizam no concelho. E a União Desportiva e Cultural de Nafarros tem feito um esforço para promover anualmente pelo menos uma corrida de Toiros. Lá estive na Sexta-Feira. Cheio de expectativa para ler a sua crónica posteriormente.

Quero agradecer-Lhe a objectividade,  a seriedade, o rigor e a qualidade com que retratou o ocorrido.
A nossa Festa sai engrandecida quando gente como o João Cortesão escreve crónicas da forma como o fez. Sem esconder o péssimo comportamento dos Toiros. Sem esconder as dificuldades (compreensíveis...) dos toureiros em dar a volta à situação. Sem conceder ao facilitismo ou ao "deixa-andar" que muitas vezes persegue a Festa. O João Cortesão, ao escrever da forma como o fez prestou um serviço a todos aqueles que querem que a Tauromaquia evolua no patamar da excelência e do profissionalismo sério. Podia ter feito diferente? Podia! Podia ter branqueado o mau jogo que os Toiros deram. Podia ter-se baseado no desconhecimento do público que tantas vezes bate palmas sem saber bem ao quê. Podia ter-se apoiado no facto de tudo se ter passado numa praça desmontável que apenas apresentou  3/4  de lotação. Mas não. Optou por mostrar que o público é o mesmo quer seja o do Campo Pequeno, de Madrid ou Nafarros. Mostrou que a exigência e o rigor de análise têm de estar presentes independentemente de se tourear na Real Maestranza ou numa desmontável nas festas de uma localidade. Bem haja por isso. Quero, para não o maçar mais, sublinhar que tudo o que digo se justifica ao longo de todo o texto que escreveu. Quem esteve presente percebe perfeitamente que o que escreveu foi exactamente o que se passou. Mas há um ponto  do seu texto que é o apontamento de excelência do mesmo. Quando refere o gesto do Cabo do Grupo de Lisboa está a elevar-se ao patamar onde Pedro Maria Gomes colocou o nível. De facto o Cabo do Grupo de Lisboa mandou repetir uma pega que aos olhos do público estava já consumada. Emocionei-me! Por perceber que ainda há gente que faz as coisas com perfeccionismo independentemente do local onde está. Há gente que respeita o público independentemente de este ser ou não "entendido". Há gente que estima muito o que faz e se respeita ao ponto de arriscar a vida apenas com o objectivo de sair com a consciência tranquila. Está de parabéns o Cabo Pedro Maria Gomes. Por tudo... E está de parabéns o João Cortesão. Por ter lá estado. Por ter comentado. Por ter tido a sensibilidade de assinalar o gesto do Grupo de Lisboa e por dar-nos de presente crónicas sérias, rigorosas e objectivas.

Bem haja

Bruno Parreira''