Manuel Telles Bastos
Aqui está um toureiro que faz falta á “ festa” e que cai bem em qualquer cartel: A principal razão para esta minha afirmação, prende-se com o facto de ser o Manel o interprete mais ortodoxo do toureio clássico, ainda que o público muitas vezes não lhe reconheça devidamente esse valor.
A sua equitação e pouco menos que irrepreensível, a sua figura a cavalo igualmente, o seu conceito de lide transporta o sentir de quem conhece e não brega por acaso, e a execução das sortes transportam-nos aos desenhos mais clássicos das mesmas, quando bem conseguidas.
É evidente que os pintores clássicos têm mais dificuldades na perfeição que por exemplo os impressionista, nestes, mais borrão menos borrão, mais sombra menos sombra ou mais fortaleza do traço ou mais suavidade, não implicam com o produto final, desde que este seja agradável á vista. No toureio passa-se algo de semelhante em relação aos interpretes do dito toureio moderno, sem que esta minha apreciação lhes retire valor.
O Manuel Telles Bastos é uma referência do toureio clássico, e mais, na forma como se relaciona com colegas, campinos, tratadores e público, tem a alma que sabe calibrar as distancias que um certo humanismo lhe concede, que bebeu tal como a cultura hípica e a cultura taurina dos seus mestre, seu avô Sr. David e seu tio António.