Esta crónica foi elaborada de forma original em tertúlia por:
João Cortesão, César Pegado, Margarida Sommavielle e Jaime Serra Cortesão
A praça estava bem composta, com três quartos de casa fortes.
Os toiros alentejanos pertencentes à divisa de Passanha saíram bem apresentados e a cumprirem na generalidade com nota elevada.
João Moura – Saiu no primeiro toiro com o cavalo Xarope, ferro Paim no qual de forma um pouco atribulada deixou a ferragem comprida. Nas bandarilhas com o cavalo Sahon melhorou substancialmente o nível de lide culminando-a até em plano de éxito. A segunda lide começou praticamente com uma aparatosa e violenta queda montado no Melinoz onde fica a ideia que o cavalo perdeu as mãos. Terminou depois de forma raçuda e em grande nível a sua actuação com o Merlin.
Joaquim Bastinhas – Depois de uma colocação exemplar da ferragem comprida montando o Taofino, pintou nos curtos qual Degas retratos toureio dentro do show habitual culminando como é seu apanágio com o mítico par de bandarilhas. No seu segundo toiro, recebeu de novo com acerto no Taofino, para depois ir buscar o Queimadouro começar com dois óptimos ferros a cesgo e a rodar por dentro, para depois finalizar com o Tivoli uma das suas melhores actuações este ano.
António R. Telles – Numa das suas melhores épocas, recebeu correndo de forma eximia o primeiro toiro com o Opium, para depois dentro do que é clássico estar razoável com o cavalo Santarém, mas não será esta montada mais útil para tourear em curto? Terminou a lide do seu primeiro, com o novo cavalo da casa o Veneno, em bom plano.
Para o segundo toiro saiu no Xairel com acerto, para depois ir buscar o craque da quadra o Rondeño, no qual bordou toureio pondo os ferros ao estribo e de alto a baixo como é raro ver-se.
Grupo de Forcados Amadores de Santarém, também eles próximos do centenário, abriram a actuação com uma pega de belo efeito por parte de João Brito de destacar ainda a oportuna entrada do rabejador David Romão, para o segundo toiro saltou a trincheira o experiente A. Grave de Jesus que estoicamente depois de uma primeira tentativa do qual saiu muito combalido consumou à segunda. Ao terceiro toiro depois de uma primeira tentativa por Luis Sepúlveda, pegou-o João Góis na sua primeira tentativa. Para o quarto da ordem arrancou uma grande pega o forcado A. Imaginário. O quinto foi pegado à segunda tentativa por J. Vaz Freire. O grupo de Santarém fechou à terceira tentativa por Ricardo Francisco sem grande brilhantismo, uma grande actuação.
Nota: De destacar a grande melhora na qualidade da transmissão da RTP que contrasta com o péssimo dos anos anteriores.