Ao contrário do que muitos possam pensar, a história tauromáquica da Figueira da Foz tem séculos.
Em 1850 nasceu Albano Custódio que tinha como profissão, ser alquilador ( negociante de bestas) e que explorava carreiras de diligencias. O seu filho mais novo Alberto Custódio jr, distingui-se como cavaleiro tauromáquico entre 1876 e 1905 vindo mais tarde a morrer no Brasil.
As primeiras corridas de que há memória nesta cidade deram-se em 1816 na praça do Comércio por isso existindo ali até há poucos anos a rua do curro por razões óbvias.
Mais tarde em 1840 foi construído um redondel no pinhal (largo do touril) por Rodrigo oliveira e Sousa que fez um requerimento á Câmara para arrendar o espaço, tendo lhe sido pedidas 5 moedas e acabando por custar 3 moedas, depois de decisão tomada em reunião camarária, tal como consta do livro “A freguesia de S. Julião”.
Em 1849 há relatos de uma paixão invulgar das gentes da região pelos espectáculos tauromáquicos. O Ardor e a indisciplina era tanta que obrigou por vezes o administrador do concelho, João Pedro Fernandes Tomás, a dar o seu muro aos desordeiros e a chamar a força de “caçadores 7” para repor a ordem.
Citando de novo o mesmo livro, encontramos referencias ao facto de durante muito tempo as corridas ali dadas não eram boas nem sequer regulares, vindo a melhorar este panorama quando Carlos Relvas ali começou a organizar os espectáculos.
Há também a recordar que em 1927 aqui foram dadas corridas com toiros de morte.
Nestas últimas décadas houve altos e baixos, e nunca será por demais lembrar o trabalho notável do saudoso Sr. Manuel Gonçalves que recuperou o prestigio do Coliseu Figueirense, transformando uma praça que ninguém queria adjudicar numa praça apetecível para as principais empresas.
Pois é nesta terra onde passo férias há 64 anos, que vai acontecer mais uma corrida da Rtp e rádio do centro no sábado dia 27. Esperamos um êxito grande, porque a Figueira merece, e como diz a marcha do Vapor: “A bordo ninguém se teme”.
A figueira é diferente e por isso apaixona pela diferença, quem por cá se refresca no Verão, como escreveram um dia António Felgueiras de Menezes e José Paulo Cavaleiro “Mais um barco encalhou
Figueira não mudou
O mar está bravo
E o vento não ajudou,
Porém eu cá para mim
Gosto mais dela assim…
João Cortesão
