Há dias em conversa com o meu amigo José Manuel Pires da Costa e falando-se dos exageros de alguns críticos nas suas apreciações a alguns toureiros, o meu interlocutor saiu-se com esta frase em Castelhano. As conversas entre ambos são muitas vezes ornamentadas nesta língua, por influencia de tempos vividos juntos no país vizinho, e até, porque não dizê-lo, falando assim aproximamo-nos mais de uma certa mística e de um certo estar.
Voltando ao título, vou escrever aqui a resposta que lhe dei.
Não há dúvida que “Frenar el polígrafo quando o impulso te lo pide” é importante mas não é possível, mas há diferenças grandes entre aqueles que são influenciados pelo toureiro X ou Y que praticam o toureio que o escriba gostaria de praticar se toureasse e os fundamentalistas para quem só o toureio Z é que sabe tourear.
Em Espanha sempre ouve Curristas, Ordonhistas, Cordobesistas etc. e nunca por aí veio mal ao mundo. Qualquer destas correntes artísticas tiveram os seus defensores e os seus detractores, e é nos detractores que, na minha opinião, as coisas são menos claras, apetecendo-me até recordar o ditado popular que diz: “Se não gostas não estragues”.
No meu caso, vejo todos os toureiros com óculos especificamente graduados para a arte de cada um, até porque conheço as dificuldades mesmo daquilo de que gosto menos ou de que simplesmente não gosto, e ninguém me vê a criticar o toureiro X em detrimento do toureiro Z, só porque sim…
João Cortesão