Sábado dia 13 vou á Nazaré
È a praça do sitio, uma das duas ou três em que mais corridas vi em Portugal.
Vi lá tourear Vidrié, Domecq e todas as figuras destas últimas décadas.
Curiosamente a Nazaré sempre teve toureiros e grupos de forcados, que adoptou e que ali tiveram sempre sucesso e foram acarinhados de uma maneira muito especial. Recordo-me de Gustavo Zenkl, Luc Jalabert e do Grupo de Lisboa. O grupo de Lisboa chegou a ter nesta terra uma casa alugada durante toda a temporada de Verão, e por ali curtiam (como se diz hoje) as férias e estagiavam (estagiavam é uma forma de dizer) entre Corridas.
Na Cervejaria do velho Lázaro a cerveja ainda só em copos de vidro escorria em avalanches, e na boite a “Virgula” abanava-se o capacete, e o Casino onde todavia agarradinhos se dançavam slowS, tinha o seu dia grande quando se elegia a miss Nazaré e a miss simpatia.
No Carnaval íamos a Nazaré para ver e sentir os resquícios do que tinham sido as “cegadas” que já só conhecíamos de ouvir falar.
Hoje a Nazaré não é muito diferente, as gentes são as mesmas o sotaque é igual e tem ainda segundo me informaram o Sr. Caracol do “Naturalles” (disseram-me que era de lá) que é tão só uma das pessoas que mais gosto de ler.
Não há peixe como o da Nazaré.
Não há gente como os Nazarenos.
Viva a Nazaré.
João Cortesão