Contra o que eu supunha, dada a pouca publicidade no Baixo Mondego, felizmente o Coliseu figueirense tinha 3/4 da sua lotação preenchida.
Efectivamente a televisão tem muita força…
Os toiros do sr. Eng. Inácio Ramos, não satisfizeram com certeza o escrupuloso ganadero, ainda que proporcionassem êxito aos cavaleiros sobretudo na segunda parte, com destaque para o 4º da ordem.
Os 2 toiros do Sr Falé Filipe destinados ao toureio apeado, demasiado pequenos (ai balança, balança…) tiveram um comportamento desigual. O primeiro saiu sem estilo, incómodo e sem classe, o 2º foi bravote e tinha a classe que faltou ao seu irmão de camada.
Rui Fernandes – Está um senhor toureiro. Quando há dois ou 3 anos o defendi ( por exemplo na corrida da alternativa de Manuel Lupi) dizendo que acreditava nele, poucos viram que no dia em que estabilizasse emocionalmente seria uma grande figura. Está a demonstrá-lo em cada dia que passa.
A forma como toureou na noite de ontem com o Vivaldi, ora a receber ora a atacar, foi excelente. Até onde poderá ir este cavalo ???!!!
João Moura jr – Tocou-lhe o pior lote. O seu 1º toiro foi mesmo o pior da corrida mas mesmo assim o cavaleiro esteve muito por cima do toiro.
No 2º com o Merlin explanou o seu toureio com batidas menos acentuadas que o habitual o que só lhe dá ainda mais mérito. O público da Figueira que tão bem o conhece, sentiu o seu labor e entregou-se.
O melhor comprido da noite foi seu, com o cavalo de ferro “Romão Tenório”.
Grp de Alcochete – 1ª pega pelo forcado Vinagre que á primeira tentativa não esteve particularmente bem no momento da reunião, vindo a emendar-se depois com uma pega rija; 2ª pega, um pegão de Daniel Silva à segunda com uma excelente primeira ajuda ( mais uma…) de João Rei que valeu a este chamada à praça.
Grp do Ap. Moita – José Broega pegou bem o 1º toiro que coube ao seu grupo á 2ª tentativa, depois de não ter aguentado como devia na primeira vez que foi á cara do toiro; Nuno Inácio esteve simplesmente perfeito.
António Ferrera – No seu primeiro toiro pouco se viu, mas nada mais podia fazer.
No seu segundo com óptimas condições de lide esteve variado com o capote, bem com as bandarilhas e bem com a muleta sobretudo pelo lado esquerdo. Com alguns bons derechazos, naturais e passes em redondo ornou a sua faena com o público completamente entregue.
É evidente que não tem o perfume da arte de que alguns tanto gostam, mas este tipo de toureiro faz falta á “Festa”.
Não percebi porque mandou parar a música e muito menos porque a mandou tocar de novo, e ainda menos a passividade do Director de corrida… Mas como disse um dia um celebre árbitro de futebol. “Desde que vi uma cabra a andar de bicicleta, já nada me espanta…”
Ele há cada uma…
João Cortesão