FESTIVAL Campo Pequeno

Uma Noite Para Recordar…

Tenho visto muitos Festivais Taurinos, mas com tamanho êxito artístico, os dedos de uma mão chegam para os contabilizar.

Os toiros cedidos pelos ganaderos contribuíram para que os toureiros se sentissem a gosto, e o !ºde passanha e o de Manuel Veiga foram Extraordinários.

A casa encheu. Os aficionados disseram presente.

Parabéns á organização na pessoa da Srª, Dª. Helena Ribeiro Telles presidente da associação “L. Vida”, e a seu pai Mestre David RibeiroTeles.

Noite histórica de António Ribeiro Telles e Vitor Mendes

António Ribeiro Telles - Teve mais uma actuação para a história. Começou nos compridos, com toda a verdade - mais era impossível -, que foi acompanhada de uma lide com saber, ora levando o toiro na garupa, ora passando-lhe pela cara, ora prendendo-o á voz, numa ligação continua.

Nos curtos alargou a dimensão do seu toureio habitual. Os últimos 4 ferros são de eleição e não há que tirar de um para pôr noutro,. Pegou no toiro e pô-lo sempre onde quis, depois c -itou, DEIXOU ARRANCAR O TOIRO, e cravou de alto abaixo e ao estribo sem um toque.

Nada mais bonito e mais clássico.

É certo que lhe tocou um novilho extraordinário, mas isso não invalida uma actuação histórica.

Manuel Telles Bastos - Esteve ao nível das melhores actuações que lhe vi. Com o cavalo e a égua com o ferro de seu Avô, desenvolveu um toureio de fino recorte clássico. Não cometeu erros e tudo o que fez foi bem ou muito bem feito.

A brega foi serena e inteira.

As sortes eleitas foram as clássicas.

A cravagem foi certeira e bem executada.

Demonstrou neste dia uma vez mais o salto qualitativo que deu esta época.

Grande actuação.

João Ribeiro Telles Jr, - Praticou um toureio diferente de seu tio e do seu primo que espelhou a sua opção por um tipo de toureio mais modernistas.

Recebeu o toiro á porta gaiola com a garrocha, para depois cravar dois excelentes ferros á tira.

Nos curtos levou a emoção á bancada, partindo para o toiro para depois parar e quebrar na cara deste.

No fim foi convidar o sr. Seu pai que estava na trincheira á civil, para pôr um ferro. O Pai fez-se rogado mas depois picado pelo irmão e pelos sobrinhos, foi ao pátio de cavalos montou um, entrou na praça e pôs um ferro em Sorte de violino, sorte que vulgarizou no nosso País. Foi o delírio com a praça de pé a aplaudir pai e filho.

A festa merecia isto.

Os grupos de Santarém e Lisboa pegaram á primeira tentativa o de Coruche á segunda, sem problemas.

Ruiz Miguel - O maestro Espanhol teve azar. O 1ª toiro que lhe coube era intoureável ou quase. Depois a organização ofereceu-lhe o sobrero, com o consentimento dos outros matadores, e pouco mais valia que o primeiro.

Deu para ver a sua depurada técnica aficion e respeito para com o Público.

Vitor Mendes - Numa noite em que tudo lhe saiu bem, pareceu renascido.

Com o capote esteve enorme, com as bandarilhas igualmente, mas foi com a muleta que atingiu o cume. Toureou pela direita, pela esquerda, em redondo do por um lado e outro, e rematou as série com bom gosto.

O Público reconheceu o seu laboe e pregou-lhe uma ovação de luxo.

Pedrito de Portugal - Era enorme a expectativa em ver Pedrito.

O toiro não sendo mau também não era bom, mas Pedrito partiu para uma lide encimista, conseguindo chegar ao público. Talvez se tem andado com a muleta a meia altura, tirasse mais qualquer coisa do toiro..