Pablo Hermozo de Mendonza
Passeou classe por onde passou
Este toureiro em todas as actuações que o vi em vários países, conserva o segredo de chegar ao público com a descrição, apoiada na perfeição daquilo que faz, que impressiona mesmo o grande público, que é mais sensível á vertente espectacular.
Os seus cavalos estão postos de forma eficaz, com a dose ideal de submissão que lhes reserva a iniciativa necessária.
A variedade de expressão toureira do “Icaro” não tem que ver com a do “Chenel, nem esta com a do “Manolete”, nem esta com a do “Dali”, isto para só falar dos cavalos figuras. No que toca aos cavalos de saída, tanto o “Garibaldi” como o “Saramago” são poderosos, eficazes e têm sítio.
Com o “Dali” recreia-se nos pares de bandarilhas a duas mãos ( largas e curtas) passando por onde lhe dá na gana.
Pablo, com uma quadra destas, resolve os problemas e saboreia o toureio.
Se a tudo o que disse juntarmos a forma de estar e ser do toureiro, facilmente chegamos á classe, que sem dúvida passeou pelas arenas da América, Espanha, França e Portugal.
Os seus desempenhos são pensados.
Os gestos são medidos.
As sortes são bem desenhadas.
A conexão com o público fá-la com a suavidade da segurança. Por ser assim, tudo nele é natural.
Sei que tem 23 cavalos emprestados a outros rejoneadores que com eles toureiam, o que lhe dá, como não pode deixar de ser, amplas garantias de futuro.
Para o ano, é um novo ano ( tão certo como chuva em Novembro, natal em Dezembro), e a sua carreira continuará em velocidade de cruzeiro, e nós em Portugal esperamos por ele para saborear a sua arte e a sua equitação.
E que tal tourear uma corrida com toiros que não sejam “Murube”? .. Então aí, atingiria no nosso País o pico supremo.
"Aviso: Amanhã, Rui Fernandes. Segue Filipe Gonçalves".